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Movimento cai e preço sobe no Ver-o-Peso

Instituto que reúne os feirantes calcula que queda no faturamento chega a cerca de 20%

Redação Integrada
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Com movimentação diária de 25 mil pessoas e faturamento mensal de R$ 2 milhões, o complexo Ver-o-Peso é um dos locais que mais contribuem com a atividade econômica do Pará. Além disso, gera renda para cerca de 5 mil trabalhadores que atuam no mercado todos os dias, nas 1,3 mil barracas na feira. Os dados são da Instituição Ver-o-Peso, associação que reúne os vendedores do local. Por conta das fortes chuvas que atigem a capital paraense nesta época do ano, a movimentação de clientes no complexo diminui, prejudicando os comerciantes que dependem desta renda para sobreviver.

A estimativa do presidente do Instituto, Mário Lima, é de que o faturamento cai entre 15 e 20% de janeiro a março, o que afeta, especialmente, os vendedores de hortifrútis, ou seja, frutas, hortaliças e legumes. “Geralmente, as pessoas que trabalham com essa mercadoria começam de madrugada, porque precisam ir até o produtor escolher os melhores alimentos bem cedo, para garantir a qualidade. O complexo Ver -o-Peso abastece a maioria das feiras de Belém. Com as chuvas, com certeza, os comerciantes são afetados”, explicou. Lima ainda destacou que, nesta época, a cidade fica mais perigosa. Como os vendedores saem de casa antes do amanhecer, os riscos de assalto são maiores.

Uma das afetadas com a situação é Suelen Gomes, de 31 anos, que possui uma barraca de frutas. Segundo ela, nos primeiros meses do ano, os produtos dos fornecedores ficam mais caros. Antes, ela comprava 20 quilos de goiaba por R$ 50, mas agora o valor mínimo é R$ 70, e com menos qualidade. “Precisei aumentar um p o u c o para os clientes, porque preciso recuperar essa diferença e equilibrar. Sempre acontece isso no início do ano, mas esta última semana foi o período em que eu mais senti as dificuldades para vender, por causa dos temporais que alagaram a cidade, principalmente à tarde. Espero que melhore até o final do mês”, torceu. A comerciante disse que seu lucro reduziu cerca de 10%.

Outro vendedor de hortifrútis, Naldo Dias, 50, já trabalha no complexo Ver -o-Peso há pelo menos 35 anos. Ele contou que alguns produtos que eram vendidos por quase R$ 20, agora só rendem até R$ 7, já que ele precisou diminuir os preços para não perder os clientes que vão até a feira. “A época de inverno afeta muito nosso trabalho. O bom é que, com as chuvas recorrentes, os consumidores passam por aqui e saem logo, não ficam passeando. Eu não reclamo porque estou ganhando meu pão honestamente. Emprego não tem, mas trabalho também não falta”, comemorou o comerciante.

Típica da cultura paraense, a farinha de tapioca é um dos produtos mais vendidos no complexo. São inúmeros trabalhadores que oferecem o produto. Um deles é Max Fernando, de 50 anos, que também é vice-presidente do Instituto Ver-o-Peso. Ele contou que é impossível aumentar o preço do quilo da farinha para os clientes, porque eles procuram vendas mais baratas e alguns até deixam de comprar. “A entressafra, que é quando a produção fica mais baixa por conta dos fatores climáticos, diminui nosso trabalho. Mesmo que o Norte seja um grande produtor de farinha de mandioca, ainda somos afetados”, conta.

“Se eu tivesse capital, não viria trabalhar em janeiro, fevereiro e março, porque só venho para ficar olhando a mercadoria e depois ir embora”. Essa é a declaração do vendedor Orivaldo Santos, 61 anos, que fornece ingredientes para feijoada. “Já usei todo o dinheiro que tinha e agora compro os produtos para pagar depois. Não posso largar porque preciso me manter”.

O secretário municipal de Economia, Rosivaldo Batista, diz que não é possível quantificar as perdas durante a época de chuvas. “Nós sabemos das dificuldades, mas não temos como quantificar, por ser um número muito grande de vendedores. Isso nos impede de saber o que eles receberam dos fornecedores e o que foi vendido. Mas, com certeza, as vendas caem substancialmente neste período, por conta da falta de consumidores na feira, consequência das chuvas intensas”, argumentou

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Belém
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