Moradores do Marajó reclamam da falta de embarcações

Alguns passageiros vieram para o Círio e ainda não conseguiram retornar pela falta de passagens

Victor Furtado
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Quem mora na região do Marajó e precisa vir a Belém, com alguma frequência, tem reclamado que as viagens disponíveis não são suficientes. Algumas dessas pessoas apontam que a dificuldade se tornou rotineira. Mas, com o Círio de Nazaré e aumento do número de turistas, a demanda esgotou a capacidade das três empresas que operam linhas para o arquipélago, no Terminal Hidroviário de Belém.

Os passageiros mais prejudicados são os de Salvaterra e Soure. Os de Cachoeira do Arari começaram a ter dificuldades nesta quarta-feira (16) para conseguir viagens, apesar de haver mais linhas disponíveis para esse município do arquipélago marajoara. Antes do Círio, as empresas reforçaram as frotas para dar conta de trazer os turistas. Mas o reforço nas embarcações não seguiu após as festividades religiosas. Isso explica a demanda incompatível com a quantidade de viagens disponíveis.

Desde esta segunda-feira (14), diz o eletricista Jorge Corrêa, centenas de passageiros têm saído do terminal hidroviário sem perspectiva de retorno para casa. As passagens acabam muito antes de atenderem a todos. Diante das reclamações e falta de bilhetes, algumas empresas até fechas as portas mais cedo. Até compras adiantadas estão sendo dificultadas.

Jorge afirma que o número de viagens disponíveis foi reduzido. Havia dois navios de grande porte e um foi retirado. Havia muitas reclamações pela precariedade da embarcação, mas a retirada total de um dos navios, para ele, foi prejudicial. Em compensação, o número de viagens de lancha aumentou. Só que as passagens são mais caras.

Daniel Ferreira, servidor da Polícia Civil, teve de vir a Belém para uma cirurgia no joelho. Já faz dois dias que não consegue comprar passagem. Tem feito vários gastos com alimentação, transporte e hospedagem enquanto permanece, além do previsto, em Belém. "Vão nos ressarcir desses gastos? São R$ 170 por dia que estou gastando", reclamou. E ainda criticou a dificuldade imposta para aquisição de gratuidades.

Diante das dificuldades, que foram amplificadas por conta do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, Jorge afirma que um protesto está sendo organizado, com interdição das atividades dos portos da região do Marajó. Algo que deve ocorrer tão logo os manifestantes consigam voltar para casa. "É algo pacífico, mas estamos reivindicando nosso direito de ir e vir. O Marajó cresceu. Temos estudantes, idosos, pessoas com deficiência que fazem viagens frequentes para o Marajó 

Em nota, a Agência de Regulação e Controle dos Serviços Públicos do Pará (Arcon-PA) informou que "...as viagens para Salvaterra estão sendo realizadas em quatro horários diariamente, com saída de navio às 6h30 e por lanchas às 9h, 12h,14h30. Não tivemos nenhum registro de anormalidade nas viagens realizadas nesta quarta-feira, 16, inclusive sobraram vagas nos horários de viagens das 12h e 14h30 com destino ao Marajó"

Ainda na nota, a Arcon diz: "Recomendamos aos usuários que comprem suas passagens com antecedência, para evitar contratempos neste período de grande fluxo por conta do retorno dos romeiros que vieram participar da procissão do Círio de Nazaré". As lanchas rápidas fazem o trajeto em duas horas e custam R$ 35. os navios custam R$ 25 e levam três horas e meia. O órgão garante, com base em estudos e acordos com o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), que o número de viagens é suficiente e aumentou.

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