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Monociclo elétrico é alternativa para mobilidade urbana em Belém

O analista de sistemas Hailson Almeida (30) utiliza o veículo diariamente para ir ao trabalho e atividades de lazer

Gabriel da Mota | Especial para O Liberal

A população de Belém enfrenta, diariamente, o desafio de se deslocar pela cidade com segurança e conforto. Quem não depende do transporte coletivo, prefere adquirir um veículo particular. De acordo com dados do IBGE, a frota de automóveis na capital paraense era de 245.769 veículos em 2022. Somado a outros meios de transporte, o total de veículos chegou a 511.753 no ano passado. Uma das alternativas viáveis e ainda incomuns em Belém é o monociclo elétrico, meio de transporte que o analista de sistemas, Hailson Almeida (30 anos) utiliza, todos os dias, para o trabalho e lazer.

O monociclo elétrico é um meio de transporte individual em que o passageiro se equilibra em cima de uma única roda, e utiliza o peso do próprio corpo, curvando-se à frente, para dar velocidade ao veículo. Por meio de um aplicativo de celular conectado ao monociclo, é possível configurar os limites de velocidade e o grau de inclinação máximo a que o modal pode chegar antes de desligar automaticamente, em caso de acidente. Os modelos variam em tamanho do pneu - aros de 13 a 22 polegadas de diâmetro - e preço, entre 3 mil e 20 mil reais, dependendo das especificações técnicas. Para “abastecer”, basta carregá-lo em uma tomada bivolt, durante algumas horas.

image Hailson Almeida, 30 anos, trocou o carro pelo monociclo elétrico para ir ao trabalho. Hoje em dia, ele também utiliza o modal para passeios ao ar livre. (Foto: Thiago Gomes | O Liberal)

Hailson Almeida é um dos poucos monociclistas que trafegam em Belém. Ele adquiriu o veículo para se deslocar de casa para o trabalho, entre as avenidas Augusto Montenegro, no bairro do Mangueirão, e João Paulo II, no bairro do Marco; um trajeto de aproximadamente 12 quilômetros. "Eu costumava fazê-lo de carro, o que me custava estresse, tempo e dinheiro. Então eu resolvi ir de bicicleta, só que eu chegava suado no trabalho, aí mudei para um patinete elétrico. Só que o patinete não tinha autonomia suficiente para ir e voltar do trabalho. Eu precisava carregar a bateria, ele era mais pesado e maior. Aí eu procurei uma alternativa que fosse mais portátil e encontrei o monociclo", explica o analista de sistemas, que tirava 40 minutos de casa até o emprego, de carro. Com o monociclo, o tempo caiu para a metade. 

O uso do monociclo elétrico despertou o interesse da filha de Hailson, Alice Sophia, 9 anos. O pai conta que, ao estacionar o veículo em casa, após chegar do trabalho, a garota pegava o modal para treinar no pátio de casa. Em poucos dias, aprendeu a pilotar sozinha e, hoje, utiliza o primeiro monociclo adquirido por Hailson. “Ela só anda comigo, em lugares tranquilos, com capacete, cotoveleira e joelheira. Não andamos na pista, apenas locais menos movimentados”, garante Hailson. O analista de sistemas também acompanha a filha até a escola, cada um no seu veículo, sempre pela ciclofaixa.

image Alice Sophia, 9 anos, aprendeu a andar de monociclo após ver o pai utilizando o veículo diariamente (Foto: Thiago Gomes | O Liberal)

Regras para circulação de monociclos

De acordo com a Resolução 996 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que dispõe sobre o trânsito, em via pública, de ciclomotores, bicicletas elétricas e equipamentos de mobilidade individual autopropelidos, os veículos motorizados que têm apenas uma roda podem circular no acostamento das vias, em uma velocidade de até 32 quilômetros por hora. Preferencialmente, deve-se trafegar pelas calçadas, ciclovias ou ciclofaixas, onde a velocidade não pode passar de 6 km/hora.

Para Hailson, a ausência de espaços seguros para se trafegar na capital paraense é o principal desafio enfrentado diariamente: “Nem todo lugar tem ciclofaixa e, quando tem, geralmente o pessoal não obedece: carros, motos passam por cima”, revela.

O especialista em trânsito, Sérgio Maia, avalia que é necessário investir no desenvolvimento de ciclorrotas em Belém, com sinalização adequada. "A gente observa que tem ciclofaixas, porém elas não chegam a levar a nenhum lugar. Existem calçadas compartilhadas que algumas pessoas desconhecem, e como a maioria das nossas vias aqui [em Belém], falta fazer uma revitalização para poder ter essa visualização que ali existe uma ciclofaixa, na calçada, ou seja, uma via compartilhada", pontua. 

A Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) informa, assim como as bicicletas convencionais, dispositivos de transporte movidos por motor elétrico, como patinetes, monociclos e hoverboards, não necessitam de registro e licenciamento, tampouco habilitação. A autarquia comunica que, em consonância com a resolução do Contran, esses equipamentos podem circular nas ciclofaixas e ciclovias de Belém, e no acostamento, na ausência dessas faixas exclusivas. A Semob orienta, ainda, que os usuários usem os equipamentos de segurança como capacete, munhequeiras, joelheiras e cotoveleiras ao conduzirem veículos elétricos, com o monociclo.

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