Lixo em Belém: moradores reclamam de atraso na coleta dos resíduos domiciliares

Nos bairros da Sacramenta e Telégrafo, os resíduos sólidos se acumulam na frente das casas; coleta mais recente ocorreu na sexta-feira

Dilson Pimentel
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Moradores dos bairros da Sacramenta e do Telégrafo, em Belém, reclamaram, na manhã desta quarta-feira (14), do atraso da coleta domiciliar de resíduos sólidos, que, segundo eles, não é realizada desde sexta-feira (9). Por causa do atraso, sacos e mais sacos de lixo se acumularam nas portas de várias residências.

Na passagem Cabedelo, no bairro da Sacramenta, o lixo está na porta das casas. Muitos sacos com resíduos são colocados nas grades das residências. A costureira Eliza Cunha, 68 anos, disse que a coleta é feita às segundas, quartas e sextas.

Mas que os trabalhadores a serviço da prefeitura não recolhem esses resíduos desde sexta-feira passada. “Aí, os cachorros rasgam (os sacos). Os mendigos rasgam. Ali no canto (na esquina com a avenida Pedro Álvares Cabral) fica a pior imundície”, contou. A avenida Pedro Álvares Cabral é um dos principais corredores de tráfego da capital.

Dona Eliza, que disse ter crescido naquela rua, afirmou que esse problema é recorrente e antigo. “Eu não reclamo e não ligo (para a prefeitura). Mas tem gente que liga”, contou. Na própria travessa Cabedelo, e exatamente para evitar a descarga clandestina de entulho, os moradores criaram um pequeno jardim e pintaram, no muro, a seguinte frase: “Não jogue lixo neste local”. “Era um lixão e o vizinho fez esse jardinzinho aí”, comentou a moradora.

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image A costureira Eliza Cunha, 68 anos, mora na passagem Cabedelo, na Sacramenta, e reclama da falta de coleta do lixo. "Os cachorros rasgam (os sacos). Os mendigos rasgam. Ali no canto (na esquina com a avenida Pedro Álvares Cabral) fica a pior imundície”, contou (Ivan Duarte/O Liberal)

"Pra gente, essa situação é triste", diz dona de casa no Telégrafo

A dona de casa Maria de Moraes Pompeu, 78 anos, reside na rua Professor Nelson Ribeiro, entre as travessas Magno de Araújo e Coronel Luís Bentes, no Telégrafo. Ela também falou dos transtornos causados pela demora da prefeitura em recolher o lixo domiciliar da porta das casas. “Apodrece tudo”, contou.

Ela afirmou que os resíduos são recolhidos, toda semana, às segundas, quartas e sextas. Mas que, esta semana, esse trabalho ainda não foi feito. A coleta anterior ocorreu na sexta-feira passada. “A gente tem que pagar alguém para tirar esse lixo daí”, afirmou Maria Pompeu. Mas ela disse que essa não é a alternativa correta, pois esses trabalhadores descartam esses resíduos de forma irregular, prejudicando o meio ambiente. “Pra gente, essa situação é triste”, afirmou.

Nesta quarta-feira, a Secretaria de Saneamento (Sesan) informou, por ligação, que entrou em contato e reuniu com as empresas responsáveis pela coleta e aguarda a regularização até o final da semana.

image A dona de casa Maria de Moraes Pompeu, 78 anos, mora na rua Professor Nelson Ribeiro, no Telégrafo. “A gente tem que pagar alguém para tirar esse lixo daí”, afirmou (Ivan Duarte/O Liberal)

Aterro de Marituba

No dia 31 de agosto, o aterro sanitário da Guamá Tratamento de Resíduos, em Marituba, deixará de receber resíduos coletados na Grande Belém, como determinou o Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA). Essa questão vem sendo discutida ao longo de dois anos, mas até o momento nada foi definido. Nesta segunda-feira (19), o Ministério Público do Estado do Pará convida os interessados no caso do Aterro Sanitário de Marituba a participar de reunião pública, às 9h, no Auditório Nathanael Farias Leitão, na sede do Ministério Público em Belém (Rua João Diogo, nº 100, Bairro Cidade Velha).

A reunião tem o objetivo de esclarecer à sociedade quanto às medidas adotadas pelo Ministério Público no tocante aos impactos socioambientais do empreendimento e à gestão de resíduos sólidos na Região Metropolitana de Belém, oportunizando, ainda, que os entes públicos e as empresas participem e apresentem informações ao público.

No final do último mês de maio, o Ministério Público do Pará apresentou ao Procurador Geral da República Antônio Augusto Brandão de Aras uma representação para a "instauração de incidente de deslocamento de competência" perante o Superior Tribunal de Justiça por conta de "graves violações de direitos humanos decorrentes da implantação e operação" do aterro sanitário de Marituba. A ação foi protocolada por meio do Procurador de Justiça Waldir Macieira Filho e dos Promotores de Justiça Eliane Moreira, Raimundo Moraes, Nilton Gurjão e Quintino Farias.

A reportagem pediu esclarecimentos sobre as às prefeituras de Belém, Ananindeua, Marituba e para a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Belém (Semas), sobre as propostas de soluções para a destinação final dos resíduos sólidos. Não houve retorno até o fechamento desta edição.

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