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Lixo em Belém: moradores expõem falta de coleta, apesar do anúncio do novo sistema de limpeza urbana

Monturos de lixo doméstico e entulho tomam conta de vias públicas na capital paraense, indicando a necessidade de medidas urgentes por parte do Poder Público

Eduardo Rocha, Bruna Lima e Gabriel Pires

A Grande Belém ainda sofre com os problemas relacionados à coleta de lixo, mesmo depois de uma ação emergencial realizada pela Prefeitura de Belém, no último mês, e do avanço no processo de licitação, que já definiu a empresa responsável pela coleta e destinação final dos resíduos urbanos. Pontos da cidade ainda apresentam acúmulo de lixo e entulho e moradores reclamam da ineficiência da coleta, indicando a necessidade de medidas urgentes por parte do Poder Público.

De acordo com previsão dos gestores municipais, em três meses o novo sistema, a cargo da empresa Ciclus Amazônia, estará em funcionamento e com os primeiros resultados. O contrato entre as partes foi assinado no dia 7 deste mês de fevereiro. E ainda, no último dia 5 de janeiro, a Prefeitura de Belém iniciou a operação Limpeza Emergencial, com foco nos pontos críticos de descarte irregular de lixo, até que seja finalizado o processo de concorrência do novo sistema de coleta e tratamento de lixo da capital, naquela ocasião, em andamento.

No entanto, moradores no bairro da capital paraense estão alarmados com o fato de que o serviço de coleta de resíduos sólidos, entre lixo e entulho, mostra-se inoperante. Há denúncias de acúmulo de lixo em vários pontos da cidade, como, por exemplo, na avenida João Paulo II, às proximidades do Parque Estadual do Utinga, no bairro Curió-Utinga. O perímetro foi transformado em um verdadeiro "lixão", gerando problemas como a concentração de roedores e outros animais propagadores de doenças.

Problema crítico

Também na João Paulo II, outro trecho onde uma grande concentração de lixo é observada é nas proximidades do bairro da Guanabara, próximo a um terreno baldio, que está tomado pela sujeira. No local, há sacos com lixo doméstico e também de entulho, com todo tipo de material. Já em outro trecho da via, um verdadeiro “lixão” toma conta da calçada, prejudicando o tráfego dos pedestres. Com isso, quem transita pelo local precisa se arriscar ao desviar para uma ciclovia ao lado.

image Valéria Silva: dona de casa faz caminhada no local e relata o incômodo causado pelo lixo (Igor Mota / O Liberal)

Quem sofre com esse problema é a dona de casa Valéria Silva, de 42 anos, que há 20 já mora na área e vê de perto a persistência do problema. “Eu faço caminhada. Todo dia tem lixo aqui. Temos que descer [da calçada] e brigar com os ciclistas. Uma hora a gente vai desviando e vai que nos batem. Eu acho que os próprios trabalhadores vão acumulando lixo aqui. Vão jogando, pegam dinheiro para coletar [o lixo] das residências e jogam aqui. Essa situação é bem antiga. E isso atrapalha bastante”, reclama a dona de casa, que mora no perímetro do bairro do Castanheira.

Já o servidor público Leandro Progênio, de 41 anos, é morador do bairro do Guanabara, que corta parte da avenida João Paulo II, e também se depara diariamente com o amontoado de lixo às margens da via. “É um cenário péssimo. Na verdade, soma-se ao descaso da prefeitura com a má educação da população. Isso é constante. Mesmo quanto tem o recolhimento do lixo, não demora para ter lixo de novo. Tanto os moradores quanto carroceiros deixam lixo aqui”, afirma Leandro.

image Leandro Progênio: para o servidor público, é necessário educação ambiental e reforço das ações da prefeitura (Igor Mota / O Liberal)

“Eu já presenciei cenas de moradores tentando repreender [os carroceiros] e eles ainda se exaltam com os moradores. Eu acho que a solução para o problema, além de ter um trabalho educativo, tem que haver punição. Multa ou alguma coisa do tipo. Infelizmente, a maioria das pessoas só entende dessa forma. Existe legislação prevendo crime ambiental, mas não é aplicada na prática”, relata o servidor público.

A Redação Integrada de O Liberal solicitou um posicionamento à Secretaria Municipal de Saneamento de Belém (Sesan) para que o órgão detalhasse de que forma está sendo realizada a coleta de lixo na cidade. E ainda, para esclarecer as ações de prefeitura em meio à formação de “lixões” em diversos bairros de Belém, bem como o andamento das operações de limpeza na capital. No entanto, até o fechamento desta reportagem, não houve retorno.

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