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Lideranças de Anapu querem força-tarefa

Estratégia visa conter assassinatos na região

Eduardo Rocha

Lideranças e trabalhadores agrícolas do Município de Anapu, no sudoeste do Pará, reivindicam a atuação de uma força-tarefa do Governo do Estado para coibir ameaças e assassinatos de quem defende 54 famílias que ocupam a Gleba Pacajá Lote 96, e também em outras áreas. De 2015 até agora, 20 pessoas foram mortas, e os agricultores atribuem esses homicídios a fazendeiros e grileiros de terras na região.

O presidente da Cooperativa de Agricultores da Volta Grande do Xingu, Erasmo Teófilo, contou que as famílias ocupam a áre há 11 anos. Erasmo disse que recentemente os líder rural Márcio Reis e o conselheiro tutelar Paulo Anacleto foram assassinados de novembro até o começo deste mês de dezembro. "Eu recebo ameaças desde que comecei a defender essas famílias há quatro anos, as ameaças se intensificaram agora e muito", destacou. Na semana passada, alguns pistoleiros foram até a frente da casa de Erasmo e fizeram disparos, para intimidá-lo.

"Eu vim aqui, e estou nesta coletiva (na sede do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Belém, nesta quarta á tarde), para pedir socorro", enfatizou.

Como relatou Erasmo Teófilo, os professores da UFPA, Anderson Serra e Gilberto Marques, foram prestar solidariedade à luta dele no Lote 96, já que está prevista para 20 de janeiro de 2020 uma decisão judicial sobre a posse da terra e que pode gerar conflitos entre os posseiros e fazendeiros. "Na hora em que eles gravaram um vídeo comigo, já foram ameaçados de morte automaticamente, agora em dezembro", ressaltou o líder rural. Ainda na terça-feira (17), em Altamira, um casal de professores da UFPA foram ameaçados. Como disse Erasmo, 70% do Município de Anapu é de assentamento (foram áreas de ocupação), e fazendeiros que tiveram áreas ocupadas dize que todas elas serão retomadas, daí a preocupação dos líderes rurais com a possibilidade real de conflitos por terra na região.

Marco Apolo, da Sociedade Paraense dos Direitos Humanos (SDDH), destacou que a entidade e a Comissão Pastoral da Terra (CPT) ingressaram com pedido à Secretaria de Estado de Segurança Pública (Segup) para a constituição de uma força-tarefa para atuar na região, a fim de apurar os crimes e as ameaças que têm ocorrido. "Vamos exigir do Governo do Estado; se não der certo, a gente vai entrar na Justiça contra o Estado do Pará para que o Estado garanta a integridade e investigue todos os crimes. O pedido à Segup foi protocolado na sexta-feira (13), destacou Marco Apolo, sem descartar a possibilidade de acionar organismos internacionais, em uma outra etapa, para conter o processo de violência em Anapu, que ganhou notoriedade com o assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang em 12 de fevereiro de 2005. A mobilização dos líderes rurais de Anapu tem o apoio da OAB-PA, Mocampo, Conlutas, Adufpa, Xingu Vivo e Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Belém

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