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Hospital Metropolitano atendeu 399 vítimas de queimaduras em 2020

Junho Laranja é o mês dedicado à conscientização dos riscos que queimaduras podem provocar

Dilson Pimentel
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No ano passado, o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), em Ananindeua, atendeu 399 vítimas de queimaduras. Esse número representa uma queda de 15,65% em relação a 2019, quando foram registradas 473 admissões na unidade. O hospital, do governo do Pará, é referência no Norte do país e está sob a gestão da Pró-Saúde. No Brasil, pelo menos um milhão de acidentes com queimaduras ocorrem todo ano. Desse total, 300 mil envolve crianças, aponta a Sociedade Brasileira de Queimaduras. Esse tipo de ferimento é causado, na maioria das vezes, por agentes térmicos, químicos, elétricos ou radioativos.

E o Corpo de Bombeiros Militar (CBM) também alerta para os incidentes relacionados a queimaduras e ferimentos provocados pelo uso inadequado das bombas de artifício e de foguetes na quadra junina. A maioria das ocorrências é relacionada ao mau uso dos materiais "Algumas pessoas têm o costume do uso inadequado, como colocar bombinhas em garrafas, em tijolos. Outras têm o costume de utilizar acelerantes na fogueira, como combustível e álcool. Também há outro comportamento inadequado, que é direcionar o foguete na direção de outras pessoas", disse o capitão Israel Souza.

As fogueiras devem ficar longe das residências e, também, longe do alcance de outros materiais combustíveis. "É fundamental também redobrar a vigilância com as crianças. E soltar foguetes apenas em locais abertos, longe da rede elétrica e sempre sendo manuseados por adultos", disse o capitão. Ao fazer a aquisição de foguetes, é indispensável que a compra seja realizada em locais autorizados. Em casos de emergência, deve-se acionar a corporação pelo número 193.

 

Desfiguração física e estética da vítima traz impactos psicológicos

Neste domingo (6), é celebrado o Dia Nacional de Luta contra Queimaduras. E este mês é o “Junho Laranja”, em que o objetivo do Hospital Metropolitano é alertar sobre os riscos dos acidentes com queimaduras. E, por causa da quadra junina, também aumenta a chance da ocorrência desses acidentes. Todas as vítimas de queimaduras precisam de uma atenção especial da equipe de psicologia do Hospital Metropolitano. “A desfiguração física e estética da vítima traz impactos psicológicos, fazendo com que o paciente precise de acompanhamento com especialista. O processo de recuperação é longo e doloroso, com marcas para a vida toda, e esse suporte profissional é essencial para assimilar as mudanças”, explicou a coordenadora do serviço psicossocial da Pró-Saúde, Jucielem Farias.

O tratamento continua mesmo após a alta hospitalar, podendo durar meses, com a realização de sessões de terapia ocupacional e fisioterapia. E é essencial para evitar que a pele grude, enrugue, impeça os movimentos e cause problemas de crescimento, principalmente em crianças. “A pele cicatrizada não tem a mesma flexibilidade de uma normal”, afirmou o fisioterapeuta e coordenador de reabilitação, Henrique Gomes. Segundo ele, “o processo é demorado, exigindo paciência e persistência”.

 

Materiais que parecem inofensivos também podem causar risco à vida

No último dia 23 de maio, a estudante Tália Cardoso, de 22 anos, soube que o sobrinho dela sofrera um acidente e estava com a perna e a lateral do peito todo queimado. Aos sete anos, o menino se machucou durante uma brincadeira com o amigo e ela precisou acompanhá-lo no hospital. A bola que eles brincavam caiu perto de uma churrasqueira com álcool e, quando ele foi pegar o brinquedo, houve a explosão. O autônomo Daniel Alves sofreu uma descarga elétrica de 23 mil volts, durante serviços na rede elétrica em Macapá, onde mora. "Na hora eu apaguei”, contou. “Quando acordei e olhei para o meu braço e minhas pernas, confesso que fiquei com o psicológico abalado. Foi muito difícil. Mas percebi que precisava ser forte para continuar meu tratamento”, lembrou.

O mestre de obras Uilton Oliveira, de 38 anos, teve 35% do corpo queimado. Durante a construção de um imóvel de dois andares em Parauapebas, sudeste do Pará, o ferro que ele segurava acabou tocando em um fio de alta tensão. Na hora, ele não conseguiu soltar o material e ficou alguns segundos recebendo a descarga elétrica. “Fiquei sentindo a energia passando por dentro de mim e meu corpo esquentando. Não consegui largar o ferro, até que uma hora minhas mãos se soltaram do objeto”, disse.

Materiais que parecem inofensivos também podem causar risco à vida. É o caso do thinner, líquido solvente utilizado por pintores para limpar equipamentos e tirar restos de tinta da pele. Essa substância, altamente inflamável, causou queimaduras de terceiro grau no catador Jonatha dos Santos, de 27 anos. O acidente ocorreu durante o trabalho. “Eu ia acender um fogareiro para queimar o material reciclável e um colega deixou um balde de thinner próximo. Uma brasa acabou caindo dentro do recipiente, e aconteceu a explosão. O fogo atingiu minhas duas pernas”, contou.

 

Em casos de queimaduras mais leves:

•  Colocar a parte queimada debaixo da água corrente fria por aproximadamente dez minutos;

•  Fazer compressas úmidas e frias também são indicadas;

•  Ir à unidade de saúde mais próxima.

Queimaduras em grandes extensões do corpo:

•   Não toque a queimadura com as mãos;

•   As bolhas não devem ser furadas;

•   Nunca tente descolar tecidos grudados na pele queimada;

•   Corpos estranhos ou graxa no local queimado não devem ser retirados;

•   Nunca coloque manteiga, pó de café, creme dental ou qualquer outra substância sobre a queimadura. Somente o médico sabe o que deve ser aplicado sobre o local afetado;

•  Busque atendimento médico imediatamente.

Fonte: HMUE

 

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