Higiene oral infantil deve começar cedo

CUIDADOS - A faltada limpeza correta da dentição leva à cárie, que ocasiona a perda do dente. Isso prejudica o desenvolvimento da criança.

Cleide Magalhães
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Pesquisa aponta que um em cada seis pais que não receberam conselhos médicos acreditavam que as crianças deveriam atrasar a primeira visita ao cirurgiãodentista até os quatro anos de idade ou mais. Do total de 790 pais, 276 (35%) acreditavam que as visitas deveriam começar com um ano ou menos, como é recomendado. O estudo foi realizado pelo Hospital Infantil C.S. Mott, hospital pediátrico nos Estados Unidos. A idade está acima da recomendada pela Academia Americana de Pediatria e a Associação Dental Americana. As instituições indicam que as crianças devam iniciar as consultas dentárias em torno de um ano de idade ou logo que surjam os primeiros dentes.

A odontopediatra Ana Paula Reis esclarece que a higiene bucal da criança deve ser uma preocupação desde cedo, mesmo antes do surgimento dos primeiros dentes. "A primeira visita da mãe com a odontopediatra deve ser quando está grávida, está previsto nas Diretrizes da Rede Cegonha. É importante desenvolver a higiene oral das crianças, porque a saúde bucal é um hábito a ser desenvolvido com elas. Então, se a pessoa estabelece bons hábitos bem antes do nascimento dos dentes, há maior probabilidade de prevenir as doenças de boca e a cárie dentária", afirma.

Assim, ela explica que, feita de forma manual, é preciso higienizar a gengiva, bochecha e língua com fralda limpa ou gaze umedecida com água filtrada ou fervida. "Com carinho e cuidado, logo depois que a criança se alimentar, é bom limpar a língua e fazer massagem na gengiva e isso ajuda a tirar a dorzinha que sente. Quando começar a nascer os dentes decíduos (de leite) da frente, a limpeza ainda é feita com gaze ou fralda umedecida em água limpa", orienta a especialista. Mesmo antes de começar a nascer os decíduos de trás, que geralmente ocorre após 18 meses de idade, já pode ser feita a limpeza da boca com escova pequena, macia ou dedeira e com creme dental sem flúor. "Com essa idade já consegue inserir a escovinha ou a dedeira. Isso depende com qual delas a mãe e a criança se adaptam melhor. Ela precisa ser feita na gengiva e linguinha", afirma Ana Paula Reis, que é professora de Saúde Pública em uma universidade e atua como odontopediatra na rede pública municipal e estadual de saúde.

Creme e fio dental podem ser aplicados em crianças 

Desde que Maria Eduarda Cardoso nasceu, há seis anos, sua mãe, Thenyle Ferreira, 24 anos, enfrentava dificuldades à higiene oral da pequena, que fazia medicações desde que veio ao mundo. “Desde que ela nasceu, a gente só limpava com um paninho. Quando chegaram os dentinhos a gente enfrentava dificuldades de fazer a higiene bucal, porque ela se sentia incomodada. Ela sempre fazia medicações e uma das vitaminas fez mal para o dentinho, que começou a quebrar, estava com a estética feia e só a escovação não resolvia. Então, começamos a fazer tratamento pela Prefeitura e depois pela Universidade Federal do Pará, onde conseguimos fazer todo o tratamento incluindo a reconstituição de dois dentinhos. Assim, os problemas foram resolvidos e hoje ela tem os dentes lindos, temos todos os cuidados e é acompanhada pela odontopediatra, no plano privado, somente a cada seis meses para limpeza”, conta a mãe de Maria Eduarda.

A odontopediatra Ana Paula Reis frisa que com a chegadados dentes as crianças já podem usar fio dental e creme dental infantil com flúor, mas em pequena quantidade. Além disso, é importante limitar a frequência de escovação a três vezes ao dia e ensinar a criança a não engolir a espuma do creme dental. Ela esclarece ainda que a medicação tomada pela criança não prejudica a dentição. “Toda medicação infantil é açucarada e aromatizada para que a criança faça a ingestão e é isso que prejudica a dentição. Então, é preciso fazer a higiene sempre após a medicação e ao consumir outros produtos que contenham açúcares”. Contudo, a odontopediatra finaliza que quanto mais hábito de higiene for desenvolvido com a criança mais chances há de controlar a doença cárie. “O ápice da cárie é a perda do dente, que vai fazer muita falta para o desenvolvimento da criança”. Além da higiene oral, existem outros fatores que podem prejudicar a dentição da criança como as doenças na infância, genéticas e virais. 

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