Pacientes com meningite sofrem com a falta de estrutura no Barros Barreto

Segundo denúncias, falta ar-condicionado é um dos problemas enfrentados pelos enfermos

Cleide Magalhães
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Pacientes atendidos na Unidade de Diagnóstico de Meningite (UDM), que funciona no Hospital Universitário João de Barros Barreto, em Belém, estariam sofrendo com problemas estruturais no espaço. Segundo a denúncia, não há ar condicionado na unidade, que submeteria os pacientes a enfrentarem um enorme calor. Além disso, não haveria bomba de infusão e somente um respirador e um monitor cardíaco estariam disponíveis para atender os pacientes graves em quatro espaços de isolamento e cinco leitos. 

Os banheiros de todos os isolamentos, de acordo com a denúncia, funcionam em péssimas condições de infraestrutura e higiene, pois estão quebrados e sujos. As poltronas dos pacientes estão rasgadas. E eles ainda têm que comprar medicação e até papel A4 para obter resultados dos exames. Além disso, há dias que não há copos para que os pacientes bebam água.

A UDM é tida como referência em todo o Estado para os casos de meningite. Ela funciona em um prédio da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa), que fica dentro do Barros Barreto, no bairro do Guamá. “Aqui o paciente vem encaminhado sob suspeita de meningite de todo o Estado e quando é confirmada a doença fica entre 10 e 15 dias em uma das quatro salas de isolamento, onde não existe ar condicionado. Depois a pessoa vai para o leito de observação, onde o pessoal tem que abrir a janela para o vento entrar. Esses lugares são abafados, com mofos e o calor é insuportável. A falta de refrigeração oferece maiores riscos à proliferação de microrganismos tanto para trabalhadores quanto pacientes”, reclama um profissional da UDM que prefere não se identificar por medo de represálias.

Ainda segundo ele, alguns pacientes chegam com diagnóstico de meningite viral e, depois de alguns dias, desenvolvem até outras patologias. “Possivelmente elas estão relacionadas a essas condições de funcionamento da Unidade”, afirma.  

Ainda segundo o denunciante, há nove anos a Unidade funciona em regime de convênio entre a Sespa e o Barros Barreto, mas há cerca de cinco anos a situação piorou, quando o espaço passou da administração da Universidade Federal do Pará (UFPA) para a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

Em nota, a direção do Barros Barreto admitiu a existência de problemas estruturais na unidade, mas defendeu a qualidade do serviço prestado. "De fato, o prédio apresenta alguns problemas estruturais, porém está mantido o isolamento de pacientes com suspeita, permanecendo separados os casos suspeitos de meningite viral e bacteriana. Confirmado o diagnóstico, o paciente é deslocado para internação na Unidade de Doenças Infecciosas e Parasitárias (UDIP) do Barros Barreto, localizado dentro do prédio principal, sendo garantidos os medicamentos necessários durante a internação, e a dieta enteral de pacientes e acompanhantes." 

Segundo a nota, a gestão prevê para o próximo semestre uma reforma na unidade de meningite, "que garantirá o atendimento adequado aos pacientes e melhores condições de trabalho aos profissionais. Além disso, será também incorporado a área de atendimento dois ambulatórios de infectologia, oferecendo mais dias e horários de consultas para os pacientes provenientes do Sistema Único de Saúde (SUS)". 

Por fim, o hospital diz que "medicamentos e alimentação aos pacientes e acompanhantes são fornecidos regularmente pelos serviços de farmácia e nutrição do Barros Barreto. O laboratório de análises clínicas da instituição hospitalar também opera normalmente, atendendo às necessidades dos pacientes da UDM e respeitando o prazo de doze horas para o diagnóstico da meningite." 

A Sespa informa que a UDM funciona desde abril de 2011 no Barros com recursos humanos e financeiros custeados pela Sespa. E que “a manutenção da Unidade permanece, desde o início de seu funcionamento, sob responsabilidade do hospital”. A Sespa esclarece que solicitou providências para a revitalização da área.   

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