Círio 2023: Feirantes do Ver-o-Peso se confraternizam e prestam homenagens à Nossa Senhora
Um café coletivo reuniu trabalhadores antes, durante e após a passagem da berlinda
A grande romaria do Círio passou pela frente do Complexo do Ver-o-Peso a caminho da Praça Santuário, próximo das 8h, e uma verdadeira multidão de trabalhadores e familiares, e devotos em geral, disputou um pequeno espaço na calçada e um breve toque na corda, que conecta simbolicamente a mãe de Deus ao povo, tornando palpável o encontro entre os fiéis e Nossa Senhora de Nazaré.
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As barracas estavam fechadas, mas não faltaram trabalhadores esperando a passagem da Grande Procissão. “É aqui que gosto de ficar para ver Ela passar”, disse o ex-feirante do Ver-o-Peso, Benedito Chagas, de 87 anos, mais conhecido como o "Piquiá". Neste domingo, Piquiá, que mora no Jurunas, estava justamente na frente do setor de farinha com trabalhadores que ainda estão na ativa no Ver-o-Peso.
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Feirante do Ver-o-Peso, do setor de alimentos, Socorro Pontes cortava pedaços de bolo e servia sucos e café com leite para os colegas da feira e pessoas, em geral. “É uma coleta que a gente faz todo ano para ter esse café nosso. Primeiro era só para a gente que trabalha aqui, mas cresceu, os colegas se juntaram e a gente distribui para quem se aproxima e quer”, contou Socorro sorrindo.
O casal de vendedores de verduras, José Andrade e Crislaine Fiel, tinham um carrinho de mão com couve, cheiro-verde e chicória. Os dois assistiam à passagem da procissão e, de vez em quando, vendiam pequenos maços das folhagens. “Eu me emociono demais”, disse Crislaine já quase chorando, referindo-se à aproximação da berlinda.
Moradoras do bairro da Guanabara, em Ananindeua, dona Cecília Tavares, a filha Rivellie e a neta, Cecília, chegaram por volta das 6h, na frente do Mercado de Peixe e ali aguardavam a procissão. “É uma tradição da nossa família vir, eu gosto, depois a gente se diverte em casa, mas primeiro eu tenho de ficar, é minha obrigação, penso assim”, disse dona Cecília.