Evento reúne cultura nerd e hip hop em Belém

Os fãs da cultura geek e do hip hop se encontraram neste domingo (7), durante a realização da segunda edição do Comic Fest Pará, evento que aconteceu simultaneamente ao Festival de Hip Hop Belém, na Fundação Cultural do Pará (FCP).  

O evento foi organizado pelos grupos Nerd Show Pará, Liga Cosplay Pará, Moldura Geek e Movimento Hip Hop Organizado, com apoio do Governo do Pará, por meio da FCP, para promover entretenimento cultural e criar um dia dedicado as manifestações de cultura urbana. 

Kennedy Souza, do coletivo Nerd Show Pará, conta que o encontro é feito em alusão a grandes eventos da cultura pop a nível nacional e mundial, como o Comi Con Experience (CCXP), realizado em São Paulo, que ele define como “o céu do nerd”. “Nós decidimos tentar copiar (o evento), mas de uma forma social, queremos puxa o lado social do nerd porque nós cremos que a cultura pop desenvolve pessoas, ela é inclusiva e é educativa também. A gente trabalha o Comic Fest Pará com vários eixos, o eixo empreendedor, o eixo cultural através das peças dos cosplayers, as modalidades esportivas com o Just Dance, dentre outras atividades. A entrada sugestiva foi de um quilo de alimento e tudo que for arrecadado será doado para uma creche em Mosqueiro”, afirma. 

A programação contou com oficinas e apresentações de hip hop, palestras, competições de dança, salas temáticas, encontro dos Aranhas, teatro e concurso de cosplays, torneio de jogos e concurso de Just Dance.

Souza revela ainda que já existem projetos em andamento para o fomento da cultura pop no Estado, como a criação de uma matriz curricular para formar jovens gamers e o reconhecimento profissional dos cosplayers. 

“Para ser feito um projeto para desenvolver pessoas é preciso apoio. A gente tem alguns projetos já rodando em forma de oficinas como, por exemplo, a oficina de cosplay. O cosplay é um artista, não é só uma pessoa que se veste do seu personagem favorito. Tem uma interpretação por trás, tem uma criatividade artística, tem uma habilidade têxtil porque para ser um cosplay a pessoa tem que participar da criação de pelo menos 50% do traje e muitos cosplayers já trabalham animando festas. Através dessa oficina, nós queremos o artista a que ele seja reconhecido pela secretaria de Estado, para que ele venha ter um registro. Dentre outros fatores, a gente busca objetivar um evento desses a ser favorável para os jovens de hoje em dia. Aqui a gente busca se divertir e por trás disso ter uma responsabilidade social com a juventude”, explica. 

O empreendedorismo é outra frente que movimento o universo nerd. Segundo Kennedy Souza, 25% dos estandes alugados em shoppings são destinados à venda de produtos geeks. Na Comic Fest Pará, produtos como bonecos, fantasias, quadros, HQs, botons, chaveiros, dentre outros, foram colocados a venda nos mais de 25 estandes que foram montados no local do evento.  

Max Lima, proprietário de uma loja dedicada a action figures e quadrinhos há 4 anos, foi um dos expositores e comemorou o movimento. “Na primeira edição o movimento foi maior a tarde, mas esse ano já começou lotado. Isso é muito bom! Depois de dois anos sem evento nenhum pra gente que tem a oportunidade de vender está sendo excelente. A gente percebe que as pessoas estavam sedentas por esse tipo de programação”, aponta. 

Quem aproveitou a oportunidade foi Ana Clélia Ribeiro, de 43 anos. Ela visitou o festival acompanhada das três filhas e uma sobrinha. “Além delas, eu também sou muito fã desse universo. Esse é um evento que possibilidade que a gente entre em contato com pessoas que tem o mesmo pensamento que o nosso, onde a gente também pode ver novidades e nos confraternizar. Quero oportunizar essa experiência para elas desde pequenas”, destaca.

Durante o evento, ocorreu a final da Seletiva Battle Skill Pará, cujos vencedores irão representar o Pará em Uberlândia (MG), numa importante competição de breaking.