Especialistas apresentarão projeto para o tratamento de resíduos sólidos na Região Metropolitana de Belém

Alternativas são necessárias diante da vida útil de apenas mais quatro anos do aterro de Marituba

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O aterro sanitário de Marituba, onde é depositado o lixo da Região Metropolitana de Belém (RMB), está próximo de se equiparar aos da Europa, faltando a adoção de algumas medidas de engenharia, especialmente no que diz respeito à contenção do mau cheiro e aquisição do equipamento para aproveitamento do biogás. Mas a vida útil deste empreendimento não deve ultrapassar quatro anos de operação. Dessa forma, além da correção do atual aterro, são necessárias alternativas urgentes para o tratamento de resíduos sólidos em forma de arranjos tecnológicos, baseados em critérios ambientais, sociais, econômicos e políticos. 

Essa é a proposta da Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp), ligada à Universidade Federal do Pará (UFPA), que apresentará, na próxima segunda-feira (10), ao Ministério Público do Estado (MPPA), um estudo de viabilidade social, econômica e ambiental dos resíduos sólidos de Belém, Ananindeua e Marituba. De acordo com os especialistas à frente do projeto, a proposição técnica ganhou subsídios há pouco mais de um ano, a partir de uma demanda da  Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas). A proposta surgiu para prestação de serviços de estudo, avaliação e identificação de possíveis áreas contaminadas, geradoras de passivos ambientais, a serem executados no âmbito da Central de Processamento e Tratamento de Resíduos Urbanos, em Marituba. 

"Estamos fazendo a requalificação desse projeto, pois identificamos algumas necessidades, como o fato de que ele não atendeu a questão climática dessa região, que é bastante pluviosa. E problemas de operação de algumas etapas que já estão sendo executadas também. É importante dizer que houve uma melhora sensível nas condições do aterro por conta da ação do MPPA. Há cerca de um ano, tratava-se praticamente de um lixão, enquanto, hoje, é um aterro sanitário. Mas a vida útil deve ser de quatro anos. E vamos apresentar várias alternativas para que o poder público decida", explicou especialista em Plano Estratégico para Resíduos, Mário Russo.

De acordo com o engenheiro sanitarista Neyson Martins, serão elencados itens como definição de novos arranjos para serem implementados, estimativa de valores e fluxograma de cenários com relação a custos que estejam dentro do orçamento dos municípios envolvidos. "Precisamos enxergar que isso é uma posição de vanguarda que a RMB tem que ter na região amazônica para, inclusive, proteção da saúde. O que está se procurando com a solução é fazer uma barreira sanitária para a melhor disposição desses resíduos, para que não tenha mais os incovenientes recorrentes da má disposição deles", explicou. 

"E estamos pensando em entrar com fluxo da valorização, identificando os resíduos que têm potencial energético, de reciclagem e de recuperação na construção civil para reintroduzí-los. Com isso, associado a um ganho energético, podemos conseguir trabalhar com um valor econômico de tarifa ou taxa mais justa para ser paga por cada contribuinte", acrescentou Neyson.

Segundo ele, é necessário que seja feito um esforço mútuo para que a RMB não passe mais pela situação em que resíduos podem ficar com potencial diante da falta de disposição adequada. Além disso, os dados do estudo devem ser embasados em dados coletados na região. "Alguns outros estudos realizados aqui foram trabalhados com dados de estimativas de outras regiões. Isso nos leva a não saber de uma forma direta qual o potencial real para aproveitamento e reutilização. Sem isso, não podemos nem pensar na expansão desse planejamento", avaliou.

O especliasta também afirmou que, a partir do momento em que o arranjo tecnológico for implantado, sempre terá alguém que separa, alguém que recicla e alguém que fabrica outros produtos. "Isso ainda está sendo feito de forma tímida, e não profissional aqui. Quando for colocado com valores e estratégias, o poder público poderá tomar as decisões de forma organizada. Por enquanto, é feito com a potencialidade de pegar o resíduo e transportá-lo para um lugar mais longe, aterrá-los, sem potencializá-los com o uso de um subproduto", concluiu Neyson.

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