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Enem 2023: História demanda interpretação de texto e conhecimento da atualidade por toda a prova

Professores comentam estratégias que garantem uma prova mais descomplicada

Gabriel Pires

Com um grande volume de textos e questões interdisciplinares, a prova de História do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) demanda conhecimentos de atualidade, requer leitura atenciosa e interpretação dos textos que compõem as questões. Esse é o empecilho de muitos alunos que precisam driblar o tempo de duração prova, além de ler atentamente os itens e relacionar os fatos históricos pedidos nas questões. Por outro lado, uma rotina de estudos adequada e o hábito de leitura frequente podem garantir maior sucesso dos alunos no exame, como apontam os professores da disciplina. 

A professora de história Mara Aguiar, que leciona na Escola Estadual Albanízia de Oliveira Lima, conta que uma boa tática de estudo é priorizar os conteúdos mais fáceis. Ela lembra, também, que o aluno deve considerar a interdisciplinaridade da prova. Ou seja, mesmo que uma questão seja essencialmente de história, outros conceitos ligados à área de ciências humanas (geografia, sociologia ou filosofia) podem estar atrelados ao mesmo item. E isso pode ser exercitado com simulados e exercícios estilo Enem, segundo destaca a historiadora.

“Uma boa preparação na prova de história do Enem requer medidas que não se distanciam de outras disciplinas. O aluno precisa de um cronograma de estudos e tornar rotineiro a leitura e interpretação do conteúdo, sem deixar que esse estudo atrapalhe outras rotinas como alimentação e horário de descanso. O exercitar sempre é eficaz. Então, sempre é muito bom ter familiaridade com as provas passadas”, pontuou. 

Assuntos que mais caem

Na avaliação de Mara, entre os assuntos que mais caem está “Era Vargas”, se referindo a História do Brasil. E na História Geral é muito comum questões voltadas à polarização da economia, que engloba a disciplina de Geografia. “A estratégia é ler toda a prova, porque às vezes vem as famosas pegadinhas que tornam uma questão errada propícia a ser marcada como certa”, alertou Mara.

Temas como patrimônio histórico nacional também podem ser abordados, conforme analisa o professor de história Emerson Soares, do Sistema de Ensino Rosana Bastos: “A importância da sua preservação [do patrimônio histórico], do que eles possibilitam a nível de conservação do conhecimento histórico, de uma experiência do passado, da cultura de um povo”. “Falar em temas recorrentes é falar na democracia no mundo antigo, pensar também nas relações de trabalho e de produção. A idade média aparece também nas provas”, complementou o professor. 

“No que diz respeito, por exemplo, à História do Brasil, dentro do cenário da idade da moderna, da época da colonização, o tema escravidão sempre aparece. No que diz respeito ao Império do Brasil, é bom ficar atento, por exemplo, em relação à cidadania. Cidadania é muito presente falando das constituição do império, da participação política”, declarou.

image Professor Emerson Soares: estudantes devem se atentar à atualidade (Igor Mota / O Liberal)

Questões relacionadas aos povos indígenas é uma aposta para esse ano, como frisa Emerson: ”Demarcação de terras, preservação da memória desses povos, da importância desses povos para nossa sociedade, principalmente porque é a primeira vez que nós temos, por exemplo, no Brasil, um ministério destinado especialmente a esses povos originários. Assim como, também, pensar na questão ahm da escravidão, dialogando com o racismo e as formas de combatê-los”, detalhou.

Apesar da disciplina possuir uma gama de informações como acontecimentos, datas, entre outros, Mara ressalta que existem diversas formas de estudar para além dos conteúdos que são referências. “A gente percebe outras disciplinas andando junto com a história. Além do conteúdo, temos que interpretar a questão para não errá-la. A História tem muitos leques de aprendizagem. A gente pode utilizar música, poemas, filmes, tirinhas. Tudo dá oportunidade de aprender”, explicou a professora.

“Existem muitas músicas que podem ser utilizadas nas provas. Nas minhas aulas sobre intervenção militar uso as músicas de ‘protesto’ como exemplo a ‘Cálice ‘ de Milton Nascimento e Chico Buarque, que interpretam ela. Mas temos muitas músicas interessantes, como Rosa de Hiroshima, que retrata a segunda guerra mundial”, exemplificou Mara.

Na história um assunto nunca está isolado, conforme a avaliação da professora. Por isso ela explica que dentro da disciplina há uma linearidade, em que um conteúdo explica o outro. Motivo esse para sempre fazer relações entre os acontecimentos históricos. “[Na história] um fato explica o outro. Se você conhece o ontem, a memória através da oralidade, muito facilmente você entende o hoje. Hoje, a história é micro. Qualquer um pode fazer história tornando a disciplina mais fácil”, declarou Mara.

A leitura atenta, interpretação e resolução de exercícios faz com que o estudante possa reconhecer com facilidade a situação problema das questões, de acordo com Emerson. “E preciso ter muito cuidado nesse momento [na prova] e não ficar preso somente às questões que tratam dos objetos de conhecimento em si, mas que ele possa correlacionar com o que está ao seu redor. É isso que torna a história cada vez mais viva, não só para ele, mas também como ferramenta para uma forma mais eficaz para realização da prova”, apontou.

image Professora de história Mara Aguiar: tática de estudo é priorizar os conteúdos mais fáceis. (Ivan Duarte / O Liberal)

Atualidades

O professor Emerson destaca que um olhar atento para os fatos atuais também é importante para a prova. Isso porque alguns conceitos podem estar relacionados a temas do dia a dia. O historiador pontua, ainda, que o Enem “traz uma carga-política ideológica dos governos que estão instituídos naquele momento”. Por isso alguns temas devem ser estudados com maior cuidado durante a preparação.

“Nesse ano de 2023, o Enem, provavelmente, trará de maneira muito forte temas como movimentos sociais, que estavam de uma certa forma colocados de lado nos últimos anos, bem como também ficar muito atento à relação com a ditadura civil militar do Brasil. Esse assunto também ficou a parte dos últimos ano”, afirmou Emerson.

Conteúdos mais vistos na prova de História

  • Era Vargas
  • Brasil Colônia
  • Polarização da Economia
  • Patrimônio Histórico
  • Idade Média
  • Escravidão

(Gabriel Pires, estagiário, sob a supervisão do coordenador do Núcleo de Atualidades)

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