Em Belém, fiéis celebram São Benedito, o padroeiro dos cozinheiros

Do dia 5 a 14 de agosto, a Igreja Católica se une para celebrar São Benedito, na Capela da São Benedito e Santo Expedito, no bairro do Jurunas, em Belém. Durante o festejo, haverá celebrações religiosas, além de atrações culturais. Com o tema “São Benedito, mestre da pureza, mostrai-nos Jesus”, a festividade marca a 67º comemoração do santo que é tido como o padroeiro dos cozinheiros.

No próximo domingo (7), haverá a 21ª Procissão Fluvial. Sai às 9h, da Vila Barbosa, no Furo São Benedito, com homenagens dos moradores. E com desembarque na Feira do Açaí, em frente ao Complexo de Abastecimento do Jurunas. A população vai aguardar a chegada da imagem em frente ao porto para conduzi-la até a capela. Às 17h, haverá uma procissão saindo da Rua Carlos Carvalho com a Passagem São Domingos. O cortejo vai conduzir a imagem de São Benedito acompanhada dos mastros e bandeiras que serão erguidos em frente à capela.

Um dos momentos centrais ao longo da programação dos próximos dias será no dia 14 de agosto, com a tradicional procissão de São Benedito. A programação começa às 7h, com santa missa, na Paróquia de São Judas Tadeu, no bairro da Condor. Em seguida, às 8h30, a saída do traslado solene até a capela do padroeiro.

Ao longo do domingo, a festividade segue às 17h, com uma procissão de encerramento, que percorrerá as ruas do bairro do Jurunas. Às 18h, derrubamento do mastro que simboliza o fim dos festejos. Já às 19h, haverá uma cerimônia de encerramento, seguida de toque dos sinos da capela, às 21h.

Durante os demais dias dos eventos religiosos, serão realizadas missas, orações do terço, novena e adoração eucarística. Também compõe as homenagens ao santo a procissão fluvial e a trasladação.

Retorno da festividade aos moldes tradicionais

A festividade volta aos seus moldes tradicionais, após dois anos de adaptação, por conta da pandemia de covid-19, conforme explica Marlisom Costa, integrante da Diretoria de Festa da festividade. Ele conta que houve a suspensão de todas as romarias durante o período pandêmico e vê com otimismo a retomada. "É um recomeço que nós estamos enfrentando. E é com muita alegria que estamos aguardando ansiosamente o retorno de uma festividade como sempre foi”, explicou.

Em meio à expectativa das programações, a festividade é muito esperada porque marca um momento único entre os fiéis, cultuado há mais de seis décadas, e que já faz parte da cultura popular. O culto é partilhado entre os devotos do santo, moradores do entorno da capela e peregrinos, que viajam até Belém para participar desse momento, frisa Marlisom.

Origem da fé em São Benedito

São Benedito nasceu na Itália, sendo filho de negros escravizado que viviam na Etiópia e foram levados até o país italiano. Ainda em vida, Benedito foi referenciado por muitos milagres, motivo esse que começou a ser cultuado, principalmente pela população negra.

A sua fama de santo dos cozinheiros vem da sua atuação na cozinha. Reza a lenda que ele teria multiplicado alimentos e chegou, também, a curar pessoas cegas e surdas.

“Antes de ser canonizado já havia indícios de devoção aqui no Brasil. Já haviam irmandades negras, grupos escravos que veneravam como santo. A fama de São Benedito parte da Itália para o resto do mundo”, contou Marlisom.

Capela comemorou aniversário de fundação no último dia 3 de agosto

O dia 3 de agosto é motivo de celebração para os devotos de São Benedito. A data marca o dia em que a capela foi erguida no bairro do Jurunas, em Belém, no ano de 1955. Por isso, os 67 anos de devoção e fé no padroeiro foram marcados por uma missão em ação de graças.

(Gabriel Pires, estagiário, sob a supervisão do coordenador do Núcleo de Atualidades, João Thiago Dias)