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Diagnóstico precoce e vida saudável são essenciais contra o Parkinson

Cerca de 4 milhões de pessoas mundo apresentam a doença. Um artista visual em Castanhal é uma delas

Eduardo Rocha
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O Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson transcorre em 11 de abril, portanto, nesta terça-feira, e serve para alertar à sociedade sobre uma enfermidade que atinge a cerca de 4 milhões de pessoas no mundo (1% da população mundial a partir dos 65 anos de idade, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Essa é, segundo o Ministério da Saúde, a segunda patologia degenerativa, crônica e progressiva do sistema nervoso central mais frequente no mundo, atrás apenas da Doença de Alzheimer. Por isso, atentar para as orientações de profissionais de saúde e pacientes é muito importante. No Brasil, a estimativa é de que 200 mil pessoas vivam com a enfermidade, como aponta o MS.

No Campus Castanhal da Universidade Federal do Pará (UFPA), há um ano funciona o Programa Parkinson Pai D´Égua, da instituição. Esse programa, com o projeto Inspira Parkinson, é coordenado pela professora doutora Elren Passos, que pesquisa sobre a doença há 14 anos) e reúne mestrandos do Grupo de Pesquisa Pendulum. A iniciativa tem como foco desenvolver pesquisas com exercícios físicos que proporcionem o bem-estar e a melhora da qualidade de vida de pessoas com a doença.

São ofertadas gratuitamente aulas de danças regionais (carimbó, brega e retumbão) e mais caminhada nórdica (Nordic Walking) e corrida de velocidade para pessoas com Parkinson. O acesso a essas atividades é gratuito, terça-feira e quinta-feira, com atividades de 60 minutos. "Tivemos vários trabalhos científicos premiados, e recentemente aprovamos um trabalho para ser apresentado em Paris, na França, no European College of Sport Science", destaca a educadora. 

Sintomas

O Parkinson se caracteriza como uma doença neurológica, progressiva e que ainda não possui cura. Os sinais clínicos mais conhecidos são o tremor, a lentidão dos movimentos, a rigidez muscular e alterações do equilíbrio e da marcha.

Mas apesar desses serem os sintomas mais conhecidos, algumas manifestações não motoras podem surgir até 20 anos antes do diagnóstico, entre elas são: alterações do sono REM, constipação (intestino preso), ansiedade, alterações do olfato (hiposmia) e dores musculares ou nas articulações.

"Vale ressaltar, que diagnóstico não é destino. Portanto, se houver algum familiar que apresente alguns sintomas, é importante encaminhar a um neurologista, e de preferência participar de um programa de exercícios com profissionais capacitados", assinala a professora Elren.

O tratamento da doença de Parkinson é farmacológico, mais especificamente a L-Dopa (que atua como um precursor da dopamina). Essa medicação é prescrita por um neurologista.

Outras intervenções “não-farmacológicas”, como o exercício físico, envolvendo musculação, exercício aeróbio, caminhada nórdica, dança, corrida, pilates, boxe são indicadas na literatura como excelentes na melhora da função motora, equilíbrio, marcha e até em sintomas não motores como a ansiedade e depressão.

Não se sabe ao certo como prevenir a doença, mas a prática de exercícios e alimentação balanceada auxiliam a pessoa nesse sentido. De acordo com a Alessandra Meneghini, presidente do “Convivendo com o Parkinson de Santa Catarina: “Quando recebemos um diagnóstico severo, incurável, não existe receita pronta; assim como, todos os dias, as pessoas precisam enfrentar situações difíceis, é necessário aceitar, enfrentar para superar". E nesse processo, é fundamental a informação. Ela recomenda hábitos de vida saudável, higiene do sono. 3 atitudes essenciais para uma pessoa com Parkinson.

Com Parkinson

O artista visual Clayton Faber, 60 anos morador de Castanhal há 14 anos, tem Parkinson e a capacidade de pintar telas que já cruzaram as fronteiras do Pará e do Brasil. Ele foi diagnosticado há seis anos. "Quando soube, constatando que teria de me reinventar e continuei tocando a minha vida; durante a pandemia eu acabei me descobrindo artista, porque eu sempre fui um admirador da arte, mas não sabia que era artista, então, eu comecei a pintar há dois anos e meio", conta.

Clayton relata que teve de aprender a conviver com o Parkinson e depois perceber que é possível viver, ter uma vida normal, desde que se observe bem os horários dos remédios, procure não passar por estresse, "ter uma vida mais regrada e mais tranquila do que você costumava ter".

"Eu acredito que a arte é o principal motivo estar bem hoje", enfatiza Clayton. E segue em frente, pintando e expondo seus trabalhos, como já ocorreu em Castanhal, São Paulo, em Belém e vai expor nos EUA, este ano. Ele possui telas em 11 países hoje, fora os estados brasileiros.

Orientação

A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) orienta a população a buscar o mais cedo possível uma das Unidades Básicas de Saúde de todo o estado, de onde os possíveis casos serão encaminhados para médicos especialistas que ajudarão a chegar a um diagnóstico.

Para a população com diagnóstico de Parkinson, a Sespa dedica atendimento farmacêutico especializado em 32 unidades de saúde em todo o Pará, para a distribuição de medicamentos para os usuários do Sistema Único de Saúde. A Secretaria informa que o perfil de pacientes diagnosticados é principalmente de mulheres de 65 a 74 anos de idade.

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