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Dia do Jornaleiro: conheça histórias de quem acorda cedo para entregar notícias

Amor, dedicação e superação marcam trajetória de jornaleiros, parceiros valiosos do Grupo Liberal e que começam a trabalhar ainda na madrugada

Dilson Pimentel
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Nesta quinta-feira (30), comemora-se o Dia do Jornaleiro. E o fim da pandemia é a notícia que o jornaleiro Waldecir Brito do Nascimento, o “Titi”, 55 anos de idade e 45 de profissão, gostaria que estivesse estampada nos exemplares vendidos por ele. “Perdi amigos e conhecidos. E o fim da pandemia seria, no momento, a melhor notícia”, afirmou. Ele não teve a doença, mas mantém todos os cuidados sanitários, entre os quais o uso de máscara e álcool em gel, para não ser contaminado.

“É muito importante levar as notícias para as pessoas. Esse trabalho foi muito importante para a formação dos meus filhos e da minha família”, afirmou Waldecir. Ele tem três filhos formados: uma advogada, uma bióloga e um engenheiro florestal. A esposa é esteticista. “Eu comecei cedo porque queria ganhar meu dinheirinho para poder gastar na escola e meus pais tinham muita dificuldade. Foi o jeito que eu consegui de ganhar um trocado”, contou.

Morando na Sacramenta, “Titi” sai de casa às 4h30 da madrugada, chega na feira da Bandeira Branca, no Marco, onde trabalha há mais de 25 anos, por volta das 5 da manhã. E, às 5h20, vai para as ruas vender os exemplares.

“Titi” disse que, quando Remo e Paysandu são campeões, as vendas são muito boas. Mas não gosta quando há notícias tristes, informando sobre acidentes graves e com vítimas mortas. De 5h20 às 12 horas, ele vende 200 jornais. O mais procurado é o Amazônia, destacando o sucesso dos impressos do Grupo Liberal. O diferencial dele é começar a trabalhar cedo e agradar os clientes. “Dou um grito, vou anunciando”, afirmou.

image O senhor Favacho está atuando na distribuição desde os 11 anos. Ele começa o dia lendo os jornais. (Igor Mota / O Liberal)

Com 72 anos, distribuidor lembra que começou carreira como jornaleiro

Francisco Favacho, 72 anos, é um dos profissionais envolvidos na distribuição dos jornais — função que tem o apelido carinhoso de "baderneiro". Ele pega os jornais na sede do Grupo Liberal, com o qual tem contrato. Começou aos 11 de idade, inicialmente como jornaleiro. “Aí, surgiu uma oportunidade para ser baderneiro, para despachar o jornal para o pessoal. Aí, não saí mais da baderna. Eu moro no Providência e saio de casa 3h30 da madrugada. E fico (no trabalho) até 9h30, 10 horas”, disse.

Favacho lembrou que o pai dele morreu novo, aos 33 anos. A mãe, lavadeira, era analfabeta. “A gente não tinha nem casa. Morava no compartimento de uma casa do vizinho. Para mim, com 11 anos, era muito sofrido”, contou. São sete irmãos, todos homens. “O mais velho tinha 12 anos, mas não pensava como eu. Com 11 anos, eu pensava como um pai de família”, afirmou. “Eu já pensava nos menores, nem tanto em mim. Era uma vida sacrificante. Naquele tempo a gente não almoçava e nem jantava. Era uma coisa de cortar o coração”, lembrou.

Para ajudar a família, vendeu tapioca e picolé em campo de futebol. “Mas sempre no jornal. Eu mudei totalmente de vida, passei a trabalhar com mais jornaleiros. Até hoje crio a minha família com o jornal, formei um filho, que é advogado. Uma mudança muito grande”, disse. Ele não tem ponto fixo. É volante. Vai na feira da Bandeira Branca, Nazaré, Braz de Aguiar, Mundurucus, Telégrafo, Ver-o-Peso, Sacramenta. “Eu tenho uma gama de jornaleiro espalhado e faço itinerário para deixar jornal”, contou.

image O jornaleiro Waldecir começa a trabalhar cedo, ainda na madrugada, para entregar jornais aos clientes (Igor Mota / O Liberal)

A força feminina na distribuição de jornais

Logo cedo, Favacho lê o jornal, se informa sobre as notícias e, assim, define sua estratégia de venda. Ele distribui jornais para Val Fernandes. Ela tem 52 anos de idade e 33 de "baderna". Val e a família vieram de Marapanim, no interior do Pará. O pai, que era porteiro em um prédio na avenida Presidente Vargas, em Belém, começou na atividade. Ao terminar seu trabalho, distribuía jornal, para ajudar na renda da família. Val é a mais velha dos três irmãos.

“Quem pegava jornal lá no Liberal (na antiga sede do jornal, na rua Gaspar Viana) era meu primo. Ele distribuía, pegava na kombi. E botou meu pai para fazer a entrega nas casas, nos prédios. Aí, vieram os meus irmãos. Eles entregavam na Doca. Hoje estão todos formados e bem da vida, muita a ajuda do jornal”, contou.

Val disse que gostava de ter o seu próprio dinheiro. Falou com um primo, que tinha um ponto na rua Bernal do Couto, que ela "herdou". “Eu tinha meus 14, 15 anos. Pegava o jornal, que era em preto e branco, na Gaspar Viana. Vinha andando pela Doca. O pessoal chamava e comprava, não tinha muito movimento de carro. Chegava, armava a minha banca e muitos fregueses vinham comprar”, contou. Ela continua lá, junto com o esposo, Vinícius.

Val disse que deixa seus problemas em casa. “Aqui (no ponto de venda), estou sempre sorrindo: ‘bom dia, obrigado, volte sempre’”. Ela, que fez muitas amizades em seu trabalho, se orgulha de ser baderneira. “Hoje sou muito grata ao jornal, construí a minha família, conheci meu marido, tenho uma filha, que consegui formar. Tudo o que tenho sou grata ao jornal”, disse.

Morando em Canudos, ela acorda antes das 4 horas da madrugada. Vai primeiro para a feira da Bandeira Branca, pega os jornais e, com o marido e de moto, faz toda a rota dela - Batista Campos, Nazaré, Telégrafo. Chega na Bernal do Couto às 6h30. Abre o ponto e fica até 10 horas.

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