Dia de Finados: véspera do feriado tem movimentação intensa em cemitérios de Belém

A escolha é para evitar aglomeração e ter tempo para que as homenagens sejam prestadas longe do sufoco

Camila Azevedo

01.11.22 14h10

O cemitério Santa Izabel, no bairro do Guamá, recebeu visitantes durante toda a manhã (Everaldo Nascimento / O Liberal)

Muitas pessoas aproveitaram a manhã desta terça-feira (1º), véspera de feriado, para visitar o túmulo de entes queridos longe da aglomeração tradicionalmente formada nos cemitérios de Belém durante o dia de Finados, datado para esta quarta-feira (2). A opção é uma forma encontrada por familiares para que as homenagens sejam prestadas sem agonia e longe do tumulto que é formado.

O cemitério Santa Izabel, localizado no bairro do Guamá, recebeu uma quantidade razoável de pessoas em busca de maior conforto para o momento perto dos túmulos. Pércia Gonçalves, de 60 anos, é professora e aproveitou para rezar junto da lápide da mãe da irmã. Para ela, o momento é mais agradável longe da aglomeração. “Amanhã dá muita gente, por isso mesmo eu antecipei para hoje. Estou colocando flores e fazendo minhas orações”, disse.

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Um zelador faz o trabalho de manutenção dos jazigos. A tradição de fazer uma visita aos parentes que já não estão mais em vida não permanece só no feriado de Finados: Pércia tem costume de uma vez por semana ir ao local. “Todos os domingos nós estamos aqui, fazemos essa visita. Então, como amanhã é um dia consagrado a eles, aos falecidos, é um dia especial e a gente veio hoje”, pontuou a professora.

Felicidade Barboza, pensionista de 66 anos, também quis fugir do sufoco que a necrópole sofre durante o feriado. “Muita gente vem amanhã e, devido a minha idade, não consigo mais ficar com muita gente, multidões. Então, prefiro estar aqui na véspera, que é mais tranquilo. Vim trazer flores na sepultura da minha mãe e do sogro da minha irmã. Depois, vou em uma santa que tem aqui rezar por eles”, contou.

Felicidade Barboza aproveitou o momento para rezar pelos entes queridos (Everaldo Nascimento / O Liberal)

A escolha, ainda, tem um sentido especial: Felicidade afirma que o dia é de recolhimento. “Amanhã eu vou ficar em casa. Meu ritual é ficar orando pelos falecidos, porque amanhã, apesar de ser feriado, para mim é um dia triste, então, prefiro me recolher, sem ficar naquela agitação. Hoje fica na lembrança, vim ver minha mãe, meus avós, meus tios. Todo ano eu faço isso, geralmente, na véspera”, finaliza.

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