CPT alerta para 41 ameaçados de morte no Pará: 17 apenas em Santarém e Itaituba

Entidades se reúnem com MPE em Santarém para cobrar medidas contra violência no campo

Cleide Magalhães

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) alerta: ameaças de morte ainda são mantidas contra 41 lideranças no campo no Estado, incluindo 17 trabalhadoras e trabalhadores apenas nos municípios da Diocese de Santarém e Prelazia de Itaituba, no oeste do Pará.

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O balanço foi divulgado em nota publicada nesta segunda-feira (17), após início de encontros que vêm sendo realizados esta semana, incluindo agendas nesta terça (18), com a Promotoria de Conflitos Agrários do Ministério Público Estadual, entre outras entidades que atuam contra a violência no campo no Pará. As reuniões ocorrem após a morte do líder rural Gilson Maria Tampone, 43 anos, assassinado no último sábado (15) em Rurópolis.


Os 17 ameaçados na região de Santarém e Itaituba estão listados pelo Programa Federal de Defensores e Defensoras de Direitos Humanos. Porém, o relatório "Conflitos no campo Brasil 2017", divulgado este mês pela CPT, lista um total de 79 ameaçados de morte na região Norte, sendo 41 no Pará.

Tampone, assasinado sábado (15), era presidente de três assentamentos de pequenos produtores rurais no município de Placas, região do Baixo Amazonas. Ele foi morto com pelo menos três tiros à queima-roupa no bairro Alvorada, em Rurópolis.

"Números? Na verdade são muitos os ameaçados. São comunidades inteiras em assentamentos. Só em Anapu, no plano de desenvolvimento sustentável [PDS] Esperança, mais de 600 famias... tem o PDS Virola Jatobá.. Em Marabá, são vários assentamentos ameacados. Em Rurópolis... etc. Esse critério de listas... As lideranças de associações estão sempre entre os principais ameacados", ponderou padre Paulo Joanil da Silva, coordenador da CPT no Pará.

AGRAVAMENTO 

A CPT já afirmou esta semana que a violência no campo no Pará tem se intensificado nos últimos meses, principalmente com os resultados das últimas eleições no Brasil

"A CPT teme que devido ao aumento da violência ocorram mais assassinatos nessa região contra trabalhadores e trabalhadoras rurais, e as populações tradicionais. Essa violência tem se tornado cada vez mais volumosa nas regiões das BR-163 [rodovia que vai de Cuiabá a Santarém] e BR-320 [rodovia Transamazônica] devido à grilagem de áreas em comunidades, aldeias e assentamentos para a exploração de madeira, garimpos e a produção de grãos. Inclusive o resultado tem evidenciado outros assassinatos”, diz a comissão.

Também na nota, encaminhada para noticiários nacionais, a Comissão Pastoral da Terra lamenta que, mesmo após o assassinato do trabalhador Gilson Maria Tamponi, a região sudoeste do Pará não está sendo acompanhada por equipes da comissão, devido a limites de pessoal – o que dificulta maiores informações sobre o caso.

Contudo, segundo padre Paulo Joanil da Silva, coordenador da CPT no Pará, a comissão e demais entidades seguem  reunidas nesta terça (18) com a Promotoria de Conflitos Fundiários do Ministério Público Federal e Estadual, para verificar que medidas os órgãos vão tomar em relação ao aumento progressivo de violência contra trabalhadores e trabalhadoras rurais e populações tradicionais.

“A CPT reafirma sua missão junto aos povos do campo e da floresta em defesa da vida e dos direitos humanos, e reivindica junto aos órgãos competentes a efetivação destes direitos”, diz a entidade. A reportagem ainda tenta contato com o MPE para saber quais medidas deverão ser tomadas.

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