Cotijuba: saiba o que fazer e onde ficar na ilha paradisíaca que fica perto de Belém

Cotijuba é uma das muitas preciosidades do turismo ambiental e curso de praias da região insular de Belém. Um dos destinos mais procurados por quem mora na capital e municípios vizinhos, a ilha tem fácil acesso e é uma ótima alternativa de lazer para quem procura descanso e tranquilidade fora do centro da cidade, ou mesmo para os que buscam um passeio diferente com a família e os amigos. Há opções de visitação para todos os gostos e bolsos.

Para chegar à ilha, é preciso fazer a travessia a partir de uma embarcação no trapiche de Icoaraci, na rua Siqueira Mendes. A passagem custa R$ 10 reais e o único método de pagamento aceito é o dinheiro. Os barcos começam a sair do porto a partir das 7h, todos os dias, e encerram as atividades às 19h. Nesse período, é possível embarcar, geralmente, de uma em uma hora, mas o trajeto pode ser iniciado antes, caso a lotação máxima seja atingida.

Nos dias de pico - finais de semana e feriados - a fila para entrar no barco é grande. Para aproveitar melhor o dia, a recomendação é chegar o mais cedo possível. O caminho até a ilha já é uma experiência diferente e agradável. Dentro da embarcação, o vento bate forte e durante o trajeto é possível visualizar as várias ilhas que rodeiam a capital paraense. A viagem dura cerca de 40 minutos e pode render boas fotos de recordação.

Chegando na ilha, antes mesmo da embarcação ancorar no terminal Poeta Antônio Taveira, diversos motoristas de "motorrete" - como foi batizado o veículo improvisado com uma motocicleta acoplada a uma carroceria que comporta seis passageiros - já oferecem o transporte até as praias. Os valores variam de acordo com a distância, mas a média é de R$ 10 por pessoa, preço cobrado para levar até a Praia do Vai-Quem-Quer, por exemplo, uma das mais procuradas pelos banhistas.

Em frente do local onde ficam as motorretes, há as ruínas da antiga escola para reeducação de adolescentes em conflito com a lei. Em 1993, ainda sob o mandato do interventor federal Magalhães Barata, foi criado o Educandário Nogueira de Faria, para abrigar esses adolescentes. Mais tarde, foi transformado em presídio. Condenados políticos também chegaram a ser aprisionados na ilha, ainda nos anos 30, durante o Estado Novo. O prédio perdeu a função de cárcere em 1977, quando abrigava a antiga Colônia Penal de Cotijuba.

Praias

Ao todo, existem 11 praias que podem ser visitadas em Cotijuba. São elas: Prainha, Praia do Farol, Praia do Amor, Praia da Saudade, Praia Funda, Praia da Flexeira, Vai-Quem-Quer, Pedra Branca, Seringal, Praia da Poção e Fazendinha. A Praia do Farol é que fica mais perto do trapiche da cidade e a de mais fácil acesso: fica a menos de 10 minutos de caminhada. Já para chegar à maioria das outras praias, a recomendação é ir de motorrete ou mototáxi.

A Praia do Vai-Quem-Quer é uma das mais agitadas e procuradas de Cotijuba. De acordo com vendedores ambulantes, este final de semana foi o mais movimentado de julho. No domingo (24), havia muitos banhistas ocupando boa parte da faixa de areia e lotando os restaurantes locais. A promotora de vendas Simone Alcolumbre é de Belém e estava passeando com a família e amigos. Ela contou que é proprietária de uma casa na ilha e sempre que pode, está lá. A praia preferida dela é o Vai-Quem-Quer.

"Sempre venho aqui, há mais de 20 anos, já fui no Farol, mas faz muito tempo. Aqui é muito bom pra trazer a família. As crianças brincam na praia, a maré é calminha. Cotijuba é maravilhosa. Tranquila, perto, acessível, dá pra ir e voltar bem rápido, então é melhor que ir pra outros lugares. Quem não conhece, pode vir. É um lugar carismático, é certeza de alegria", afirma Simone, aos risos.

Já o vigilante Ismael Costa levou as duas filhas, as gêmeas Isabel e Maria Clara, de quatro anos, para tomar banho de praia. Ele frequenta a ilha há mais de 10 anos e sempre escolhe a praia do Vai-Quem-Quer como destino. "Aqui é muito bom pra tomar banho, comer um churrasco, trazer a família. De noite tem festa, de dia é calmo. Cotijuba é um local ótimo, tranquilo, seguro, por isso sempre venho aqui", contou.

Onde comer e ficar

No Vai-Quem-Quer, há várias opções de restaurantes, assim como na maiorias das outras praias. Um dos mais movimentados é o Jacarezinho Bar e Restaurante, que fica próximo à entrada da praia. Por lá, há opções de almoço variadas. Com R$ 25, é possível comer um prato feito (PF) de peixe ou carne. A caldeirada também é um dos pratos mais pedidos, e custa cerca de R$ 80.

Dona Rosa trabalha no local há 30 anos, e antes de ter o restaurante, vendia bolo de macaxeira e tapioca, em uma bicicleta. Depois, com o aumento das vendas, conseguiu abrir o empreendimento. "A movimentação maior aqui é em julho, dezembro, carnaval e semana santa. Este foi o final de semana que mais vendemos. Na pandemia, vivemos momentos muito difíceis. As vendas caíram muito. A gente vive do turismo e, como as pessoas se afastaram, nós tivemos dificuldade para trabalhar", revelou.

Por toda a ilha há várias pousadas, hotéis e casas para alugar, com preços que variam muito, dependendo da época e da localização.  Próximo à entrada do Vai-Quem-Quer, tem o hotel Nosso Cantinho. No veraneio, o preço de um quarto duplo, para casal, é de R$ 120. Mas também há opções de quartos maiores, para até sete pessoas. Nesse caso, o valor cobrado é de R$ 450, com ar-condicionado e banheiro incluso. Para quem está com o orçamento baixo, também é possível levar barracas de camping e passar a noite na praia ou em algumas pousadas que têm área externa. A dica, em qualquer caso, é garantir a hospedagem com antecedência.