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Batedores de açaí de Belém, Ananindeua e Marituba param em ato nesta segunda na Praça do Relógio

Eles cobram medidas de autoridades contra escassez do produto e quebradeira de lojas de venda de açaí

Victor Furtado

Esta pode estar sendo a pior das entressafras da história do mercado de açaí paraense. Quem afirma são batedores de açaí artesanal, da Região Metropolitana de Belém. Na manhã desta segunda-feira (17), fizeram um ato para cobrar políticas públicas que façam com que o fruto fique no Pará. Não há matéria-prima sobrando para o mercado local, o que tem levado muitos pontos a fechar mais cedo ou a nem abrirem as portas nas últimas semanas. Quem consegue comprar os frutos, está vendendo açaí ou muito mais caro ou com qualidade duvidosa.

Marivaldo Ferreira, uma das lideranças do movimento dos batedores de açaí artesanal, tem duas lojas. Uma no centro de Belém e outra numa área periférica. "A da periferia já fechou faz mais de um mês. A do centro fechou há uma semana, porque o preço estava alto, mas o consumidor ainda levava, mesmo reclamando. Não deu mais para segurar. Essa é a realidade de muitos pontos. Muitos, principalmente os pequenos, não estão conseguindo trabalhar. Nossa questão é: cadê nosso açaí? Nunca passamos por uma crise como essa na história", diz.

Batedores de açaí

Os batedores apontam que a entressafra — no período chuvoso — sempre foi um período de açaí mais fino e com preço mais alto, mas que logo regularizava. A crise atual se estende por mais de um mês e sem previsão de melhoria. "Cadê a produção local, o nosso açaí? Está indo todo para fora do estado mesmo? Não há nenhum controle ou fiscalização? Não há como criar um equilíbrio entre a demanda dos batedores e das fábricas e empresas de outros estados?", questiona Marivaldo.

Na estimativa da Associação de Vendedores Artesanais de Açaí de Belém (Avabel), de Belém a Marituba há quase 8 mil pontos de venda de açaí. Marivaldo avalia que, em média, são quatro pessoas por ponto, o que dá mais ou menos 30 mil trabalhadores. A cadeia envolve outras pessoas, como vendedores de farinha de mandioca, farinha de tapioca, barqueiros e pequenos produtores da região das ilhas.

"As fábricas de produtos derivados de açaí não empregam tanta gente. Temos algumas propostas para encontrar um meio termo para as empresas e os batedores, para que ninguém fique totalmente prejudicado. Para isso, precisamos que o poder público nos ouça e medie essa conversa. Caso contrário, teremos uma grande crise econômica e o paraense vai ficar sem o seu alimento cultural, que é o açaí, que já nem é mais o alimento dos pobres", conclui Marivaldo.

Durante o ato, os batedores de açaí saíram da praça do Relógio e foram até a feira do Açaí, principal entreposto do Pará. Lá, conversaram com barqueiros e consumidores. Em seguida, foram à porta da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) e encerraram a manifestação em frente ao palácio Antônio Lemos. A promessa é que esta seja a primeira mobilização de várias até que uma conversa mais definitiva ocorra com gestores públicos.

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