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Aulas na Grande Belém retornam a distância, sem estatísticas de famílias desconectadas

Matrículas seguem abertas e ainda longe da capacidade máxima. Prefeituras organizam busca ativa de famílias e fazem pesquisa sobre acesso à internet

Victor Furtado
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As cidades da região metropolitana de Belém, incluindo a capital, retomaram as aulas das redes municipais. Mais um ano dos desafios da educação a distância. Dessa vez, espera-se que sem o efeito surpresa que a pandemia de covid-19 provocou no ano passado. Só que Belém, Ananindeua, Marituba e Benevides — a prefeitura de Santa Bárbara mandaria informações por nota, mas não mandou a tempo — ainda não sabem quantos estudantes não têm acesso à internet. Esse levantamento está ocorrendo enquanto as secretarias de educação fazem até busca ativa por alunos. Sobram vagas.

Em Ananindeua, Leila Freire, titular da Secretaria Municipal de Educação, destaca que a expectativa de que a vida voltasse minimamente ao normal, em 2021, foi frustrada. Então o jeito seria seguir em frente, melhorando as práticas e fazendo bom uso das experiências boas e ruins para um novo ano letivo remoto. Todos os profissionais da educação, afirma ela — dos porteiros aos professores — receberam treinamentos, com ainda mais foco aos educadores. Havia até um "plano B", de ensino híbrido. O prefeito Daniel Santos (MDB) achou melhor não, enquanto os profissionais não estivessem imunizados contra a covid-19. As aulas começaram nesta quinta-feira (15).

"É difícil. Nada substitui as experiências e interações ocorridas dentro da escola. Como não era possível, vamos nos esforçar para mostrar a todos que a escola continua viva de outro jeito e garantir o direito à educação com o programa 'Educa Ananindeua'. A partir de segunda-feira (19), vamos inaugurar um canal, na TV aberta local, para transmitir as aulas gravadas de nossos professores, para que cheguem aos alunos sem internet. Mas teremos os cadernos de Atividades Estruturantes, além das aulas pelo WhatsApp", disse Leila. Das 48 mil vagas, em 85 unidades e 22 anexos, 38 mil estão ocupadas.

Se em Belém e Ananindeua os desafios de conectividade são grandes, de Marituba em diante fica mais difícil. Eny Leite, secretária municipal de Educação, observa que dos 24 mil alunos matriculados — em 2020 eram 25 mil e a capacidade da rede são 28 mil estudantes, em 72 escolas —, a maioria não possui acesso à internet ou tem problemas de conectividade (internet ruim, instável ou de difícil manutenção prolongada). Algumas famílias relatam nem ter um celular que aguente reproduzir vídeos e armazenar as aulas. Esse obstáculo se estende a alguns professores também, que têm usado a internet das escolas.

image Em Marituba, os cadernos de atividades são essenciais para garantir o acesso dos conteúdos — com revisão de 2020 — aos estudantes. E facilita para professores também. (Ascom Marituba)

"Os cadernos de atividades ainda são a melhor forma de manter as aulas a distância. Inclusive, alguns alunos resolvem tudo bem rápido e os familiares já devolvem para correção em um ou dois dias o que deveriam ser atividades para uma semana. Nesse sentido, percebemos que as famílias firmaram um compromisso e nossos profissionais estão respondendo. Sabemos que não dá para ficar mais um ano sem aulas. Retomamos as aulas em 8 de março e tem dado certo, fazendo uma revisão do conteúdo do ano passado para diminuir as lacunas deixadas pelas dificuldades de 2020", declarou Eny.

No dia 15 de março, Benevides, onde uma parte das 34 unidades está em zonas rurais mais afastadas e em pontos de sinal de internet fracos ou inexistentes, as medidas para levar educação aos 9 mil alunos incluem até uso de carro-som para divulgar prazos, atividades e informar que as matrículas ainda estão abertas, com pelo menos 500 vagas ainda disponíveis. A secretária de educação. Maria do Socorro Fernandes, diz que todos os desafios são compreensíveis. Um levantamento está sendo feito, como em demais municípios, para saber quem tem como acessar a internet.

"Acolhimento tem sido nossa palavra chave para mais este ano letivo a distância. Inclusive com nossos profissionais, que receberam, além de uma capacitação, atendimento psicológico. Dos 9 mil alunos que temos neste momento, 1 mil foram obtidos com busca ativa mesmo, com nossos servidores indo às casas, principalmente nas áreas rurais. Tem sido cansativo, mas está funcionando. E assim, estamos analisando que tem condições de fazer aulas on-line e quem nem um aparelho celular com internet tem. Até o mês que vem devemos saber melhor esse dado e encontrando as formas de levar educação para todos. A maioria pede as atividades impressas", disse a secretária.

 

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