MENU

BUSCA

Sessão solene na Alepa presta homenagem aos 70 anos do CCBEU

A solenidade ocorreu nesta sexta-feira, dia em que o Centro completou sete décadas em Belém

Dilson Pimentel

Uma sessão solene, na Assembleia Legislativa do Estado (Alepa), marcou, na manhã desta sexta-feira (26), os 70 anos do Centro Cultural Brasil-Estados Unidos (CCBEU) em Belém. A sessão foi proposta pelo deputado estadual Fábio Freitas (REP) e ocorreu no mesmo dia em que o Centro completou sete décadas. Fundada em 1955, a instituição tornou-se referência não apenas no ensino da língua inglesa, mas também como espaço de valorização cultural e de formação de jovens cidadãos. A instituição, que começou com o propósito de promover o intercâmbio cultural entre os dois países, hoje se consolida como uma das escolas de idiomas mais tradicionais da região Norte.

Durante 70 anos, o CCBEU tem promovido o intercâmbio cultural entre o Brasil e os Estados Unidos, a partir do Pará, proporcionando acesso à educação de qualidade, atividades culturais, bolsas internacionais, cursos de capacitação e uma programação que dialoga com os interesses da comunidade local. Com forte atuação em diferentes gerações de paraenses, a instituição foi palco de transformações importantes na cidade, acompanhando os avanços da educação bilíngue e a formação de milhares de alunos que atuam no mercado local e global.

A atual presidente do CCBEU, Ana Celeste Franco, emocionou-se ao relatar o significado de presidir a instituição em seu septuagésimo aniversário. “É uma honra muito grande para nós e, para mim, ser a presidente dos 70 anos do CCBEU. O deputado foi muito gentil em oferecer essa sessão de homenagem a um centro, que é o terceiro centro binacional mais antigo do Brasil, ficando atrás apenas das unidades do Rio de Janeiro e da Bahia. É algo de grande importância reconhecer que uma escola, um curso livre de inglês, tenha chegado aos 70 anos”, disse.

VEJA MAIS:

CCBEU completa 70 anos e traz ao público sessão especial do filme Perdidos na Noite
“O Cine CCBEU fez parte da vida cultural de Belém por muitos anos”, lembra a presidente do CCBEU, Ana Celeste Franco

Artistas da Amazônia falam de inspirações e processo criativo em bate-papo com o público
A exposição “Ecos da Amazônia”, que destaca a produção artística feminina, fica aberta até 15 de maio e pode ser visitada de 14 às 17h no CCBEU

Ela destacou as dificuldades de manter uma instituição educacional ativa por tanto tempo, principalmente em um cenário em que “tantas empresas, inclusive maiores que o CCBEU, estão fechando”. Para Ana Celeste, a longevidade da escola comprova sua capacidade de se renovar e se reinventar: “Mostramos que, mesmo aos 70 anos, o CCBEU se moderniza e continua sendo uma referência no ensino da língua inglesa”.

Ainda segundo ela, o CCBEU é a primeira escola de inglês, com “peso”, que veio para Belém. O centro foi fundado pelo cônsul norte-americano George Coleman, que, segundo Ana Celeste, tinha o objetivo de difundir a língua inglesa. “Depois veio a base americana para cá, na época da Segunda Guerra. Tudo isso criou um movimento aqui na cidade. As influências americanas sempre estiveram presentes na nossa vida”, contou.

Aluno constrói seu próprio conhecimento

A presidente destacou que, hoje, o CCBEU adota uma metodologia ativa. “É uma das mais modernas metodologias de ensino, onde o aluno constrói o conhecimento dele. Não é só o professor ali e o aluno aqui. O aluno tem aula de culinária, tudo em inglês. Ele tem aula no nosso Maker Space, espaço tecnológico instalado onde antes funcionava a biblioteca. O local conta com impressora 3D, cortadora a laser e óculos de realidade virtual. Tudo isso com apoio muito grande, inclusive de recursos, da embaixada americana. Nós somos considerados um centro referência no ensino da língua inglesa pela embaixada americana”, afirmou.

Para Ana Celeste, o CCBEU está pronto para seguir crescendo: “Queremos viver mais 70 anos, se Deus quiser, continuando a formar gerações de alunos que falem muito bem inglês, como fazemos até hoje. E que o CCBEU tenha uma vida longa”, afirmou.

"Centro difundiu cultura", diz ex-presidente

O subprocurador-geral da República do MPF José Augusto Torres Potiguar, ex-presidente do CCBEU, participou da sessão na Alepa e reforçou a relevância cultural da instituição: “Digo sempre que o CCBEU não é apenas uma escola de línguas, é um centro cultural. Ele cresceu porque não se limitou ao ensino do idioma, mas difundiu a cultura. O CCBEU tem hoje um acervo de cerca de mil obras de arte, provavelmente o maior acervo privado do Estado, um museu e uma grande galeria. Isso marcou a sociedade paraense, sobretudo Belém”.

Ainda segundo ele, o Centro sempre teve uma qualidade em seu ensino. “Mas não focou apenas no ensino, mas também na integração com a cultura”, completou. Potiguar presidiu o centro em dois períodos distintos: de 2000 a 2004 e de 2016 a 2021, período em que enfrentou o desafio da pandemia de Covid-19 e a necessidade de migrar para o ensino digital. “Trabalhar no CCBEU é uma opção de dedicação pessoal. Foi sempre gratificante”, afirmou.

CCBEU é ponte para o mundo, afirma deputado

Durante a sessão solene, o deputado Fábio Freitas destacou que “70 anos não são 70 dias” e que a contribuição do CCBEU vai além do ensino do inglês. Tem teatro, galeria de arte e aulas de culinária em inglês. Ele afirmou que, em tempos de mercado de trabalho competitivo, dominar um segundo idioma é fundamental, especialmente com a chegada da COP 30 e o grande fluxo de turistas. O CCBEU está de parabéns”, afirmou.

O deputado enalteceu ainda a atuação da presidente Ana Celeste Franco e de sua equipe, reforçando que o trabalho do centro não tem bandeira partidária. “Celebrar os 70 anos do CCBEU é reconhecer que temos, em Belém, uma verdadeira ponte para o mundo.  Independente de quem esteja na presidência (da República), o CCBEU permanece firme, há 70 anos, contribuindo para o Brasil e para o mundo",afirmou. Ao final da cerimônia, a Alepa entregou certificados de homenagem a conselheiros, ex-alunos, professores e colaboradores, reconhecendo a dedicação de todos que ajudaram a construir a trajetória do Centro.