Sesma realizará diligências para esclarecer caso de engenheiro contaminado por metanol em Belém
Em nota à imprensa, nesta segunda-feira (8), a secretaria informou que tomou conhecimento sobre o caso
A Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) comunicou, nesta segunda-feira (8), que trabalha para esclarecer o caso do engenheiro contaminado com metanol após ingerir uma bebida comprada em um supermercado de Belém. Flávio Acatauassu, engenheiro de 63 anos, adquiriu a bebida no mês de novembro e precisou de atendimento médico após passar mal. Exames comprovaram a existência do metanol no organismo do consumidor.
“A Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) informa que tomou conhecimento, neste sábado, de um caso suspeito de intoxicação por bebida alcoólica ocorrido há cerca de um mês. Até o momento, a Vigilância em Saúde não recebeu nenhuma notificação oficial sobre o episódio, o que dificulta o rastreamento sanitário. O paciente procurou o seu plano de saúde e, segundo informações repassadas à imprensa, apresentou sintomas leves e encontra-se bem”, disse.
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Conforme a nota, a grande repercussão do caso mobilizou a equipe para apurar a situação que, segundo a Sesma, ainda está sendo apurada e é tratada pela secretaria como suspeita.
“Diante da repercussão pública, a Vigilância Sanitária realizará diligências pontuais para esclarecer os fatos, incluindo verificação das informações disponíveis e fiscalização no estabelecimento onde o produto foi adquirido. Como o lote da bebida não pôde ser informado, poderão ser adotadas medidas cautelares até a confirmação dos dados necessários”, apontou.
“A SESMA reforça a importância de que casos suspeitos de intoxicação exógena sejam imediatamente notificados pelos serviços de saúde ao SINAN, garantindo atuação rápida e adequada das equipes de vigilância”, destacou a Sesma.
Posicionamentos
A reportagem solicitou informações e esclarecimentos à Secretaria de Estado de Saúde (Sespa), à Polícia Civil, à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e à Unimed Belém. O órgão informou que, segundo seu último boletim epidemiológico disponível, datado de 9 de outubro de 2025, "não existiam casos confirmados de intoxicação por metanol no estado. Não há, até o momento, um levantamento mais recente". A Sespa garantiu, no entanto, que a vigilância permanece intensificada.
Também foram solicitadas informações para a Polícia Civil, que afirmou “que a Delegacia do Consumidor (Decon) não recebeu, até o momento, o registro formal da denúncia, mas, mesmo assim, intimou a vítima para prestar depoimento o mais breve possível”.
Por meio de nota, a Anvisa detalhou que deve apurar as informações relacionadas ao caso. "Estamos checando se há informações específicas sobre o caso que vocês citam já que via de regra, a investigação, no âmbito sanitário, é local", detalha.
A Unimed foi procurada pelo jornal. Em nota, a Unimed Belém afirmou que “o beneficiário esteve na urgência do Hospital Unimed Prime na data mencionada” e que as informações registradas no prontuário “estão sob análise pela Diretoria de Recursos Próprios e pelos núcleos responsáveis pela qualidade e segurança do paciente”.
A operadora declarou que o exame específico para metanol não foi solicitado porque “os testes específicos para detecção direta de metanol são solicitados apenas quando o quadro clínico se enquadra nos critérios oficiais de caso suspeito, conforme definido pela Nota Técnica nº 01/2025 – DEVS/DVS/SESPA”. Ainda segundo a Unimed, “as análises são feitas por laboratório externo definido pela própria vigilância e Ministério da Saúde destinado para investigação deste tipo de evento, que obrigatoriamente perpassa pelo Lacen ou Ciatox”.
A Unimed acrescentou que segue integralmente a Nota Técnica nº 360/2025 do Ministério da Saúde e a Nota Técnica nº 01/2025 da Sespa, e afirmou ter instaurado “apuração assistencial completa para avaliar a condução do atendimento”.
A instituição também reforçou orientações aos consumidores, como evitar bebidas de procedência desconhecida, procurar atendimento imediato diante de sintomas compatíveis e comunicar suspeitas às autoridades sanitárias, destacando ainda que, “segundo a SESPA, até 09/10/2025 não havia casos confirmados de intoxicação por metanol no Pará, embora o estado esteja em vigilância intensificada”.
O Supermercado Mais Barato, onde a bebida foi comprada, enviou um posicionamento sobre a situação na tarde de domingo (7)..
"O Grupo Mais Barato informa aos seus clientes, parceiros e à sociedade em geral que, diante das informações divulgadas pela imprensa sobre o whisky Red Label adquirido em uma de nossas lojas, todas as medidas cabíveis já foram tomadas.
No entanto, causa-nos estranheza que, mesmo após 30 dias do consumo, a garrafa de whisky em questão não tenha sido disponibilizada para condução de análise técnica, a ser realizada pelas autoridades competentes e essencial para verificar a suposta contaminação.
Ainda assim, os whiskies citados foram recolhidos de nossas prateleiras e estão à disposição dos órgãos competentes. Além disso, acionamos os protocolos de verificação e rastreamento junto ao fornecedor DIAGEO, reconhecido como uma das maiores indústrias de bebidas do mundo e fornecedor dos principais varejistas e distribuidores no estado do Pará.
O Grupo Mais Barato permanece à disposição e colaborando para o esclarecimento completo do caso. Reafirmamos o compromisso com a transparência e a confiança de nossos consumidores", comunicou.
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