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População busca alternativas para evitar calçadas irregulares em Belém; vídeo

Buracos, obras inacabadas, excesso de entulho e materiais quebrados estão entre os motivos que levam a desviar da via e optar, até mesmo, por dividir espaço com carros

Camila Azevedo

Não é de hoje que a situação das calçadas em Belém é crítica. São buracos, obras inacabadas, tampas de esgoto quebradas e, muitas vezes, enorme acúmulo de lixo. Tudo contribui para que a passagem do pedestre seja dificultada e as vias de locomoção obstruídas. A equipe de reportagem de O Liberal visitou algumas ruas da capital nesta quinta-feira (15) e constatou a variedade de problemas envolvendo os caminhos diversos escolhidos para o tráfego da população.

Na avenida Assis de Vasconcelos, por exemplo, próximo a praça da República, é possível ver a quantidade de calçadas em condições complicadas. O fluxo no local é grande por contar com uma parada de ônibus ao redor. Com isso, as pessoas são constantemente obrigadas a passar pelas deformidades, correndo o risco de um acidente. Já na avenida João Paulo II, esquina com a travessa Humaitá, é possível observar a mesma destruição: os restos do concreto chegam até a invadir a via de retorno do ponto.

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Outra parte da cidade que não fica de fora do transtorno é a avenida Perimetral. Por lá, o calçamento quase não é visto em algumas áreas, seja por entulho, seja por buraco. A situação ganha um novo destaque quando as maiores vítimas são pessoas que possuem mobilidade reduzida, como idosos. Nessa horas, a opção é uma: procurar rotas alternativas para driblar o problema, que nem sempre são as mais seguras. 

Essa é a realidade da Maria Rodrigues, de 65 anos. Ela sempre visita os parentes que moram na travessa Mariz e Barros e diz que é costume preferir dividir espaço com os carros na rua do que correr o risco de cair, novamente, em uma calçada com irregularidades. “Nós ficamos sujeitos a andar pelo asfalto, pela pista, que é arriscado, mas, fazer o que. Aqui eu já evitei cair porque parei de andar, vi outras pessoas caindo e parei, ando pela rua. É mais seguro entre aspas, porque também tem os veículos”, explica. 

Maria afirma que não enxerga o problema apenas em um ponto de Belém, mas em toda a parte. “Não é só aqui, na Mariz e Barros, é em quase todos os locais que têm calçadas. É complicado, porque fica às vezes com entulho, uma calçada mais alta, outra mais baixa, esses bloquetes nem são confiáveis porque tem muitos que estão soltos ou quebrados”, aponta. 

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O empreendedor de 51 anos, Célio André, faz parte da parcela da população que procura desviar das irregularidades encontradas. Ele mantém uma venda de café da manhã na avenida Romulo Maiorana e vê com frequência a situação se repetir. A opção encontrada varia entre a grama e o meio da rua. “As calçadas são irregulares. Quando é quebrada, passam tempos para consertar e, quando vê, o serviço é mal feito, demora, tem acidente. Quem quer evitar o fluxo do Bosque, vem para a calçada caminhar. É tudo desproporcional”, ressalta.

Lei

O Código de Posturas do Município de Belém (Lei 7.055/77) define que calçadas elevadas, rampas, escadas de qualquer material ou garagens e obstruções de todo tipo são alguns dos exemplos de irregularidades que contrariam a legislação e podem levar a penalidades.

O Artigo 30 estabelece, ainda, que construções de tapumes ou depósitos de materiais de construção ou demolição, veículos e qualquer outro tipo de obstáculo que impeça o trânsito livre é proibido.

A Redação Integrada de O Liberal procurou a Secretaria Municipal de Urbanismo de Belém (Seurb), mas ainda não obteve resposta.