Padre Cláudio Pighin diz que “Jesus é o verdadeiro sinal da Páscoa e da libertação”
Ainda segundo o religioso, a experiência de Deus na vida do ser humano pode ser feita em qualquer momento da vida
Na homilia deste domingo (9), o padre Cláudio Pighin cita que o evangelista João faz questão de dizer que estava próxima a Páscoa dos judeus. E que Jesus, como perfeito judeu, participa da festa. "Jesus, um judeu, porém, que se opõe aos judeus do templo. Por quê?", começa o religioso. "Essa Páscoa dos judeus não é mais a Páscoa do Senhor, porque a verdadeira Páscoa é a de Jesus com a sua morte e ressurreição. É ela que liberta definitivamente o ser humano. No entanto, aquela Páscoa da libertação do faraó e do povo egípcio foi somente temporária, limitada. Por isso, Jesus diz que ele é o verdadeiro templo", explicou.
Ainda segundo o padre, aquele templo é difícil e foi superado. "Esse templo, no lugar de promover uma presença de Deus, de oração, tornou-se um grande comércio. Então Jesus fez um chicote de corda, expulsou todos do templo, como também as ovelhas, os bois. Espalhou pelo chão o dinheiro dos trocadores e derrubou as mesas. Esta é uma imagem tradicional com a qual se identificava o Messias. De fato, a vinda do Messias era representada com chicote na mão, com o qual deveria chicotear os pecadores. Assim sendo, o evangelista quer confirmar que Jesus é o Messias. E assim também que Jesus se proclama Messias", afirmou.
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Naturalmente, disse o padre Cláudio Pighin, tudo isso provoca grande tensão entre os chefes dos judeus, "porque este Jesus é um perigo para o poder deles, representado por este tipo de templo. No final quis dizer, Jesus, que não se pode fazer uma experiência de Deus com o poder do dinheiro. E o mestre falando do pai indica o seu papel de filho. Isto é: é ele que representa o pai entre nós. Desse jeito, mostra toda a autoridade em denunciar um culto de Deus reduzido em negócios. Isto é idolatria, justamente aquilo que sempre Deus combateu severamente na história de Israel. Nesse sentido, Jesus ataca a instituição central de Israel, o templo".
Ainda conforme o padre, essa atitude do mestre revela que o templo perdeu o seu papel histórico de ser o sinal da morada de Deus no meio do seu povo. "Por isso, os discípulos lembraram o zelo de tua casa me consome. Logo em seguida, os judeus reagiram dizendo: Que sinal nos apresenta tu para procederes deste modo?", disse. "Eles pedem um sinal e ele dá-lhes aquele da sua morte. Destrui vos este templo, eu rergueirei em três dias. Assim, Jesus revela que ele é o verdadeiro templo, que garante a presença de Deus entre nós. A sua morte na cruz é o templo que manifesta o Deus vivo e definitivo", afirmou.
Acrescenta o padre: "Com isso mostra que o templo de pedras construído pelos homens caiu e quem o substitui é Jesus, porque ele é Deus e nele está presente Deus Pai. Ainda hoje precisamos nos preocupar com aquilo que é a nossa maior atenção. Ao templo material ou ao templo Jesus? Assim sendo, a experiência de Deus na vida do ser humano pode ser feita em qualquer lugar, em qualquer momento da vida. Um Deus que pode ser vivido sem limites territoriais".
A partir dessa experiência do templo indestrutível que é Jesus, acrescentou, leva o fiel a testemunhar a sua vocação de chamado e enviado em qualquer lugar, com essa grande verdade. Deus se oferece à humanidade e ela simplesmente se abre para acolhê-lo. "E, para finalizar tudo isso, pergunto: você compreendeu que o sinal do amor de Deus para você não é mais o templo, mas uma pessoa, Jesus crucificado? E que ele quer chegar a você pessoalmente para libertá-lo de maneira definitiva?".
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