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ONGs de Belém repudiam caso de cachorro atacado a pedradas por carroceiro em Icoaraci

O crime foi registrado nesta terça-feira (9) na N3, no Conjunto Cohab, em Icoaraci

Ayla Ferreira

Na manhã desta terça-feira (9), um cachorro foi atacado a pedradas por um carroceiro no distrito de Icoaraci, em Belém. O suspeito foi detido, mas não teve a identidade divulgada pela Polícia Civil. O crime foi registrado na N3, no Conjunto Cohab, por câmeras de segurança do entorno. A redação integrada de O Liberal ouviu representantes de Organizações Não Governamentais (ONGs) da causa animal na capital paraense, que repudiam o caso.

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“A situação é profundamente lamentável e evidencia um problema estrutural: a naturalização da violência contra animais em espaços públicos. Esse tipo de ato não é apenas um caso isolado de crueldade; ele revela falhas na educação, na fiscalização e no respeito à vida em todas as suas formas”, diz Shirley Castilho, protetora independente do Abrigo Gato de Muro, responsável por 150 vidas resgatadas felinas e 4 cachorros.

Shirley enfatiza que, quando um animal é agredido desta forma, além de ser um crime previsto em lei, também é um sintoma de “vulnerabilidade social, negligência do poder público e falta de empatia coletiva”. O abrigo Gato de Muro avalia o episódio como grave, inaceitável e indicativo de que ainda há muito a avançar em políticas de proteção animal.

Au Family

O Au Family é um abrigo particular de animais em Belém, localizado na ilha de Outeiro. “É só mais um caso de violência contra animais que virou rotina em Belém. Infelizmente, a falta de políticas públicas eficazes e a certeza que não haverá punição, fazem com que aumente o crime contra animais”, lamenta Raquel Viana, fundadora da iniciativa.

Para Raquel, é preciso realizar uma grande campanha de adoção responsável e de combate ao abandono de animais para manter a integridade dos cachorros e gatos que vivem nas ruas. “O Estado precisa dar uma resposta sobre a manutenção da prisão de quem comete o crime. Infelizmente essas pessoas são soltas na audiência de custódia, o que faz com que a sensação de impunidade aumente. São as ongs e os protetores independentes que fazem o papel do Estado combatendo os maus-tratos, acolhendo os animais vítimas de violência, procurando adoção responsável”, afirma.

Projeto Peludinhos UFPA

O Projeto Peludinhos busca tratar, cuidar e alimentar os cães e gatos de vida livre da Universidade Federal do Pará (UFPA), atuando para conservar a saúde dos animais, manter o controle populacional e melhorar a convivência com a comunidade interna e externa que circula pelo campus. “Avaliamos a situação com muita indignação e revolta, á que esses animais padecem diariamente nas ruas sendo vítimas da crueldade humana”, diz Elizabete Pires, protetora de animais e coordenadora do Peludinhos.

A protetora acredita que é preciso sensibilizar a população por meio da educação e punir quem maltrata os animais com o aumento da severidade da pena. É nesse contexto que as ONGs se inserem, atuando para orientar as pessoas de que os animais são sencientes e que sentem dor física e emocional quando abandonados.

“A vida deles é abreviada ao viverem nas ruas, ficando vulneráveis a atropelamentos e maus tratos. As ONGs e protetores independentes são sobrecarregados com essas situações tanto emocionalmente como fisicamente, porque todos estão lotados de animais e com dívidas, mas no final somos nós que os acolhemos”, finaliza Elizabete.

*Ayla Ferreira, estagiária de Jornalismo, sob supervisão de Fabiana Batista, coordenadora do Núcleo de Atualidades