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Irmão Marista Afonso Haus morre aos 101 anos

O irmão Marista, que viveu 27 anos em Belém, morreu de causa natural em Recife

O Liberal

Aos 101 anos de idade, o Irmão Marista Afonso Haus, morreu nesta segunda-feira (18). Nascido na Alemanha, ele viveu em Belém por 27 anos, onde construiu amizades e conquistou a admiração de muitas pessoas. Se dedicou à vida religiosa por 85 anos, junto à Congregação dos Irmãos Maristas. Também atuou como professor de Arte e Literatura. Uma das causas que o tornou conhecido era a sustentabilidade da Amazônia.

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Como instrumento e legado da dedicação com a defesa e preservação do meio ambiente, o Irmão Afonso Haus é lembrado pela montagem dos presépios feitos de cascas e folhas de árvores. “Minha sensação é de orgulho por amar Belém do Pará, cidade que me faz lembrar que admirar o belo é preservá-lo. Belém é sinônimo de mangueira, de saudade. Tenho orgulho de ter ajudado a plantar muitas delas na cidade", dizia.

Amizades de anos

Edson Salame, de 83 anos, foi uma das pessoas que puderam conviver com Afonso. Salame explica que a convivência com o alemão iniciou no Colégio Nazaré, aos 12 anos de idade, quando se tornou aluno de Haus. Ele comenta que o legado deixado pelo Marista foi de seriedade, em meio aos diversos projetos que realizou em vida. “Era um homem admirável. Ele era muito alegre com os alunos. Todos eram amigos dele. Faziam várias homenagens”, comentou. 

Outra relação de longa data que Afonso cultivou foi com Antônio Couceiro, que o conheceu em 1961. Para ele, também ex-aluno do Colégio Nazaré, a memória que fica é de uma grande amizade, relatando, inclusive, que tinha notícias de Haus semanalmente.
 
“A convivência dele era constante. Mesmo ele longe, em Recife, a gente sempre conversava. A herança que ele deixou é de uma pessoa muito boa, uma pessoa que eu nunca vi fazer mal a ninguém. Ficaram muitas lembranças”, contou.

Couceiro também diz que a saúde de Afonso se agravou nos últimos dias. Segundo ele, Haus estava na UTI, onde já estava mais se alimentando normalmente, sendo necessário o uso de uma sonda para fazer a alimentação.

O Ir. Anfonso Haus foi condecorado com a Ordem do Mérito Grão-Pará, a maior comenda do Estado. Durante a solenidade, em 2010, o irmão lembrou que desde os anos 60 até a década de 1980, anualmente, os alunos do Colégio Marista Nossa Senhora de Nazaré cultivavam entre 500 a 1,5 mil mudas de mangueira, a espécie que dá o título a Belém de "Cidade das Mangueiras". Ele entregava as mudas à prefeitura, para ajudar na arborização da cidade.

O velório e o sepultamento serão realizados na Comunidade Marista Recanto Nazaré, em Apipucos, Recife (PE), onde o irmão viveu nos últimos anos.

(Com colaboração de Gabriel Pires, estagiário, sob a supervisão do coordenador do Núcleo de Atualidades, João Thiago Dias)