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Intérprete do Rancho cria samba em homenagem a Félix Carlos Lopes

Samba deve ser usado nos ensaios técnicos e no esquenta antes do desfile na avenida

João Thiago Dias

"Não chora meu rancho, não chora! Chegou nossa hora, devemos cantar!". Esse é o início da letra do samba em homenagem ao vice-presidente do Grêmio Recreativo Jurunense Rancho Carnavalesco Não Posso Me Amofiná, Félix Carlos Lopes dos Santos (50), que foi assassinado a tiros na tarde da última quarta-feira (16), no Jurunas. 

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A letra foi criada e divulgada no início desta tarde de sábado (19), pelo intérprete oficial da escola, Bruno Costa. "Escrevi por volta de meio-dia, no meu quarto, em cerca de três minutos. E ainda fiz algo que não costumo fazer: a melodia. Uma grande inspiração. Divulguei para algumas pessoas e já se espalhou", contou Bruno. 

A ideia surgiu diante do estado de grande sensibilidade em que a comunidade jurunense de encontra por conta do crime, mas também presta homenagem a outros nomes importantes que passaram pela escola. 

"Esse início da letra fala da comoção dos componentes. E fica o clamor para que a escola continue cantando, aprendendo a letra, como o Félix gostava. Mas também lembramos de outros componentes que já perdemos, como Luiz Dias Lopes (presidente do conselho e patrono), Bosco Moisés (ex-presidente e patrono), Zé Roberto (ex-presidente e mestre de bateria) e Djalma, Alzira e Sérgio (Baluartes)", detalhou o intérprete.

Ele explica que o samba já está em avaliação pela equipe de músicos do Rancho e que deverá ser utilizada nos ensaios técnicos e do momento de esquenta antes do desfile no carnaval deste ano. 

"Minha equipe de carro de som já está ensaiando, os músicos já estão tirando os acordes e os cantores pegando a letra. Se pegar, teremos a sensilibidade de usar na avenida para o esquenta. E, na próxima terça, depois da missa de sétimo dia, retomaremos os ensaios", adiantou.

HOMENAGENS

Neste domingo (20), a escola de samba A Grande Família realizará, a partir das 16h, seu segundo arrastão cultural, na rua Curuça 746, próximo da travessa Djalma Dutra, no bairro do Telégrafo. O ensaio será em homenagem a Félix Carlos. 

Na sexta-feira (18), das 22h às 23h30, a Associação Carnavalesca Xodó da Nega também realizou ensaio técnico em homenagem a Félix. Os integrantes da escola saíram pela rua Fernando Guilhon, no bairro do Jurunas, e cantaram o samba do jubileu do Rancho. 

De acordo com o vice-presidente do Xodó da Nega, Alberto Jesus, o amigo será lembrado por sua generosidade. "Félix foi parceiro e ajudou muito a nossa escola. Durante este primeiro ensaio deste ano, fizemos a queima de fogos e pedimos um minuto de silêncio. A bateria rufou os tambores e cantamos o samba dos 50 anos do Rancho", contou. 

As outras escolas de samba de Belém também devem prestar homenagem ao carnavalesco no ensiao deste domingo.