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Cinco réus são condenados a mais de 100 anos de prisão por chacina em Icoaraci

Tribunal do Júri reconheceu motivação torpe e atuação de organização criminosa; defesa informou que vai recorrer

Hannah Franco

Os cinco réus acusados pela morte de quatro pessoas durante uma ação criminosa registrada em novembro de 2022, no distrito de Icoaraci, em Belém, foram condenados a mais de 100 anos de prisão cada. A decisão foi proferida na noite da última quinta-feira (4), após dois dias de julgamento pelo Tribunal do Júri da capital. A defesa informou que irá recorrer.

O julgamento teve cerca de 12 horas de duração e contou com o depoimento de 18 testemunhas, entre elas um sargento da Polícia Militar, único sobrevivente da ação, que afirmou ter sido surpreendido pelos criminosos enquanto trabalhava como vigia no local.

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O Conselho de Sentença reconheceu a participação dos cinco réus no crime e entendeu que o caso envolveu motivo torpe, uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas e crime cometido contra agente de segurança pública. Os jurados também concluíram que os condenados integravam organização criminosa.

Segundo o Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), o crime teria sido motivado pela cobrança de "taxas" impostas por facções a feirantes da área da Feira da 8 de Maio, com objetivo de controlar a região e estabelecer domínio sobre comerciantes.

A acusação sustentou que houve planejamento, com divisão de funções e hierarquia. A defesa, por sua vez, tentou argumentar falta de provas suficientes, o que foi rejeitado pelos jurados.

Relembre o caso

A chacina ocorreu no dia 30 de novembro de 2022. Três vigilantes e um feirante foram mortos após a tentativa de assalto a um estabelecimento comercial na Feira da 8 de Maio.

Durante a fuga, um dos carros utilizados pelos suspeitos colidiu e houve novo confronto com policiais. Um dos acusados foi baleado e morreu após ser socorrido. Outro foi encontrado morto horas depois em uma área de mata, com marcas de tiros.