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Ambulantes tomam conta das calçadas na Avenida Presidente Vargas, em Belém

Em pleno horário comercial, é preciso disputar espaço com ambulantes irregulares, que oferecem todos os tipos de produtos

Laiana Damasceno

Quem circula diariamente pelo Centro de Belém já deve ter percebido que está bem mais complicado caminhar pelas calçadas da Avenida Presidente Vargas, no bairro da Campina, em Belém. Em pleno horário comercial, é preciso disputar espaço com ambulantes irregulares, que oferecem todos os tipos de produtos, desde tênis e bolsas, chips, caixinha de som, passando por cadeados, panos de prato, fones de ouvido, brinquedos e até frutas e legumes.

Enquanto os camelôs ilegais parecem se multiplicar a cada dia, desamparados pelo poder publico, a fiscalização é praticamente inexistente, atualmente, não há fiscais que possam manter a ordem no local. O Jornal O Liberal percorreu as calçadas de maior movimento da Presidente Vargas e flagrou inúmeros ambulantes com suas mercadorias expostas de maneira improvisada sobre caixas de papelão, caixotes de madeira ou lonas estendidas no chão, obstruindo a passagem. No vaivém da multidão, a clientela experimenta produtos, negocia preços e mantém a cadeia da ilegalidade.

Calçadas tomadas por camelôs

Numa caminhada de cerca de duas horas pelo Centro comercial de Belém, foi contabilizado na calçada, mais de 70 bancas oferecendo os mais diversos produtos. No momento, nenhum fiscal da Secretaria Municipal de Economia (Secon), foi localizado. Além da mobilidade prejudicada pela presença dos ambulantes, a disputa por espaço com as filas de passageiros aguardando ônibus em toda extensão da calçada e os pedestres, feirantes não apenas montavam suas bancas como preparavam as embalagens dos produtos a serem oferecidos ao consumidor.

Para Rui dos Santos Farias, aposentado e morador da Presidente Vargas há mais 30 anos, o poder público tinha que buscar uma saída para organizar os ambulantes e, principalmente aqueles que tomam conta das calçadas próximas dos pontos de ônibus. “Já não conseguimos mais andar por aqui, pois o espaço está completamente tomado pelos camelôs. Durante todos esse anos que moro nesse endereço, consigo contar nos dedos quantas fiscalizações foram realizadas e pacificas", afirma o aposentado.

Crise e falta de assistência do poder público motiva aumento de irregulares

Devido a crise, as pessoas estão fazendo isso para ter renda. O desemprego, a falta de assistência e a crise são as principais justificativas. Um dos vendedores ambulantes da Presidente Vargas, Aldo Corrêa, conta que tinha um emprego fixo, mas foi demitido. Sem conseguir se recolocar no mercado de trabalho, está há mais de 35 anos atuando como ambulante. Ele conta que comercializa entre R$ 600 e R$ 700 por dia, mas que queria ser olhado de uma forma profissional pela Prefeitura de Belém.

“O que quero mesmo é que o poder público nos olhe com mais respeito, somos tão comerciantes quanto aqueles que têm lojas no comércio, mas está muito difícil conversar com eles, por isso estamos aqui de forma irregular. Eu sei que estamos errados, mas precisamos levar o pão para casa, temos família", destacou.

Ainda segundo Aldo, sem ponto fixo, circula entre o as Avenidas Presidente Vargas e Nazaré e garante que não é "incomodado" pela fiscalização da Prefeitura. Vende garrafas térmicas, acessórios de celular, enquanto oferece brinquedos. Ele diz que de um ano para cá, o número de vendedores aumentou. “Fica todo mundo amontoado, é muita gente nova querendo vender também”, afirma o ambulante.

Em nota, a Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb) esclarece+u que realiza, diariamente, operações para combater a ocupação de calçadas. "Uma equipe da Organização Pública vai ser enviada até o local para averiguar a situação", completa o comunicado da secretaria.

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