Alagamentos ameaçam a saúde da população

Nesse tempo de chuvas, os alagamentos e a falta de saneamento básico se refletem em prejuízos à saúde da população. A infectologista Helena Brígido, vice-presidente da Sociedade Paraense de Infectologia (SPI), destaca que as principais doenças ocasionadas no período de chuvas, principalmente em áreas nas quais há alagamentos e maior ausência de saneamento básico, são a leptospirose, hepatite A, febre tifoide, verminoses e doenças dermatológicas.

“A leptospirose é uma doença potencialmente grave e qualquer pessoa que tiver contato com a água ou lama contaminadas pode se infectar”, frisa a infectologista. A leptospirose é transmitida por ratos e pode levar à morte. “A leptospirose pode evoluir para complicações pulmonares e insuficiência renal e pode levar ao óbito”, alerta Brígido.

A maior vulnerabilidade está em crianças, idosos e pessoas imunodeprimidas. “É muito importante não se banhar nessas águas poluídas, pela possibilidade de penetração de bichinhos na pele e também pode acabar engolindo um pouco dessa água e provocar lesões dentro do corpo e diarreia. “Em caso de qualquer sintoma, procurar logo atendimento médico”, orienta.

Os principais sinais e sintomas são febre, dor de cabeça, dor no corpo todo, icterícia (olhos avermelhados).

Hepatite A e febre tifoide são também doenças comuns. "A hepatite A é uma doença é adquirida com água e alimentos contaminados com fezes de pessoas infectadas. Na maioria dos casos não há sintomas, mas a pessoa transmite", afirma. Quando há sintomas, alguns sinais da hepatite A são febre, olhos e pele amarelados, náuseas, dor abdominal, urina escura e fezes claras. O tratamento é feito com remédios apenas para os sintomas.

Outra doença comum nessa época é a febre tifoide, também transmitida por água e alimentos contaminados. Crianças e idosos, quando doentes, podem piorar por causa da imunidade.

Alguns sintomas são febre, dor de cabeça e nas juntas, diarreia e obstipação intestinal, dor abdominal e a presença de gânglios (ínguas) disseminados. O tratamento é feito com antibióticos e remédios para os sintomas. Pode ter complicações e morte.

Em todos os casos, a infectologista ressalta que a prevenção com a higiene é fundamental e que é importante tomar todas as vacinas do calendário, principalmente para hepatite B, catapora, sarampo e coqueluche.

SANEAMENTO

Belém desponta como uma das regiões mais carentes do país quanto aos serviços de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto e de coleta de resíduos sólidos. Entre as capitais brasileiras, Belém é a quarta mais distante da universalização desses serviços básicos para todos os habitantes, somente à frente de Porto Velho (RO), Teresina (PI) e Macapá (AP).

É o que aponta Ranking da Universalização do Saneamento 2019 divulgado em 18 de junho de 2019, pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), que avalia a situação das cidades com mais de 100 mil habitantes a partir dos dados enviados ao Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), do governo federal.