Ônibus do BRT circula sem ar condicionado e submete passageiros a calor intenso
Reclamações contra a empresa Belém Rio se acumulam desde o início do ano

Os ônibus do BRT, que deveriam ser considerados um futuro padrão de qualidade do transporte público da capital, segundo planeja a Prefeitura de Belém, não cumpriram essa premissa na manhã desta sexta-feira (1º): denúncia publicada no perfil @belemtransito, no Twitter, mostra um potencial problema, caso a manutenção dos veículos não seja frequente. Um ônibus com a identificação BD-89807, da empresa Belém Rio, estava sem ar condicionado - o que causou grande desconforto a passageiros que o tomaram logo pela manhã.
DENÚNCIA! BRT das 7h30 de hoje sem climatização. Calor infernal dentro do ônibus (BD 89807). Como os vidros são fixos, não existe a possibilidade de abrir as janelas e amenizar a situação. 🥵🥵🥵 pic.twitter.com/sNX2hoUCOx
— Belém Trânsito (@belemtransito) 1 de março de 2019
FORNO SOBRE RODAS
O que poderia não parecer um problema tão sério, para quem não tem costume de pegar as linhas do BRT de Belém - que ainda segue atendendo a poucos, dentro do projeto previsto -, é completamente justificado pelos passageitos que já usam a alternativa: nos ônibus exclusivos do sistema BRT, a climatização é obrigatória, justamente porque janelas dos veículos são fixas, e só abrem em casos de emergência.
Apesar do desconforto, o ônibus saiu assim mesmo da estação e fez todo o trajeto no calor. Os passageiros tiveram de aguentar.
BELÉM RIO NA VITRINE
A redação integrada de O Liberal tenta contato com a empresa Belém Rio para dar espaço a explicações sobre o ocorrido - e principalmente porque a empresa, que presta serviços explorando outras rotas do sistema de concessão do transporte público de Belém, também tem outros registros de problemas, apontados por leitores, em mensagens encaminhadas diretamente à redação e nas redes sociais.
Um ônibus da Belém Rio colidiu com o muro de uma casa, em Icoaraci, nesta quinta-feira (28). Uma pessoa ficou ferida.
No dia 2 de janeiro, um ônibus da linha Médici - Presidente Vargas, da Belém Rio, perdeu uma das rodas. E deu um baita susto nos 20 passageiros que estavam no veículo.
E ainda em janeiro, moradores do conjunto Maguari reclamaram que a Belém Rio, além de disponibilizar ônibus sem manutenção, estaria remanejando suas frotas para atendimento a outras localidades. Por sinal, nesse mesmo final de linha, dois ônibus foram interditados por falta de condições de rodar. Eram da Belém Rio.
Ainda sobre a empresa, outra denúncia chegou ao perfil @belemtransito:
Outro ônibus da Belém Rio no prego. Todo dia isso, é realmente impressionante. Vídeo: @k_inx7 pic.twitter.com/c6aYybt7Iu
— Belém Trânsito (@belemtransito) 1 de março de 2019
Essa reclamação foi postada dias após a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) garantir que vai intensificar a fiscalização da qualidade dos ônibus. Sobre essa denúncia específica, o órgão disse que vai investigar - e se posicionará em breve.
Procurado pela redação, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém (Setransbel) disse que, "para essa questão mais direcionada, a própria empresa pode responder". A Setransbel orientou também à redação de O Liberal que o contato sobre o assunto seja feito diretamente com a empresa.
A reportagem de O Liberal tenta contato com a empresa Belém Rio para dar espaço a explicações. Também está sendo feito contato com o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Pará (Sttrepa) para comentários sobre o assunto.
DENÚNCIAS
Quem flagrar um coletivo sem condições de trafegabilidade, detectar atraso, queima de parada ou outro problema na prestação do serviço, pode procurar a Semob para denunciar. Basta informar o dia, a hora, o local do flagrante e o número de identificação escrito na lateral do ônibus.
Semob tem o Serviço de Atendimento ao Usuário (SAU) pelos números 118 (telefone fixo) e 98429 0855, ou pelo e-mail contato.semob@belem.pa.gov.br. Além disso, denúncias também podem ser feitas pela sessão "Fale Conosco", do site da Semob.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA