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Natal sem o 'bom velhinho': conheça os países onde o Papai Noel é proibido

Por razões religiosas e políticas, há lugares onde o Natal existe sem personagem

Hannah Franco

Figura associada ao Natal em boa parte do mundo, o Papai Noel nem sempre é bem-vindo em todos os países. Apesar de amplamente reconhecido como símbolo de celebração e generosidade, o personagem já enfrentou resistência e até proibição em diferentes contextos, principalmente por motivos religiosos, políticos e culturais.

Quando o mês de dezembro chega, o bom velhinho costuma ocupar vitrines, filmes, propagandas e redes sociais. No entanto, ao contrário do que sugere o imaginário globalizado, o Papai Noel não é unanimidade. Em alguns países, sua presença é vetada ou fortemente desencorajada, geralmente porque a própria celebração pública do Natal é proibida.

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Por que o Papai Noel é visto como um 'problema' em alguns países

Em determinados contextos, o Papai Noel é interpretado como um símbolo da influência cultural ocidental. Essa leitura desperta resistência em países que buscam preservar valores religiosos tradicionais ou manter controle político e ideológico sobre manifestações culturais externas.

Em nações de maioria muçulmana, por exemplo, as restrições costumam estar ligadas à religião, já que o Natal não faz parte das tradições islâmicas. Em regimes autoritários, pesa mais o controle político e cultural, com limitações a símbolos estrangeiros.

Países onde o Papai Noel é proibido ou restrito

Não há muitos países que proíbam diretamente o Papai Noel de forma explícita. No entanto, existem locais onde a celebração pública do Natal é vetada, o que acaba excluindo automaticamente o personagem. Entre os exemplos mais citados estão:

  • Brunei: desde 2015, celebrações públicas de Natal são proibidas por motivos religiosos;
  • Coreia do Norte: qualquer comemoração natalina é vetada por razões políticas e ideológicas;
  • Tajiquistão: o Ded Moroz, personagem equivalente ao Papai Noel, foi proibido em escolas e eventos públicos;
  • China: não há uma proibição nacional, mas algumas cidades já restringiram festas natalinas em espaços públicos como parte de políticas de controle cultural.

As motivações raramente estão ligadas ao consumo, apesar da imagem comercial do Papai Noel. Na maioria dos casos, as restrições envolvem religião, política e preservação de valores culturais locais.

No entanto, a história mostra que nem toda proibição é definitiva. Um dos casos mais emblemáticos ocorreu na antiga União Soviética. Após a Revolução Russa, o Natal e figuras associadas à data foram proibidos. Com o tempo, o regime flexibilizou as regras, desde que o personagem fosse desvinculado da religião cristã. Assim, o Ded Moroz, ou “Pai Gelo”, retornou como símbolo das festas de Ano Novo, e não do Natal. Esse modelo permanece até hoje em países como a Rússia.

Países que celebram o Natal sem Papai Noel

Há também países que comemoram o Natal normalmente, mas nunca adotaram o Papai Noel como figura central. Em vez disso, personagens locais, mais antigos, assumem o protagonismo das festas. Na Islândia, as crianças recebem visitas dos Jólasveinar, figuras do folclore local que aparecem nos dias que antecedem o Natal.

Na Finlândia, o personagem principal é o Joulupukki, de origem folclórica, embora hoje seja associado ao Papai Noel moderno. Na República Tcheca, quem traz os presentes é o Ježíšek, o Menino Jesus. Já em países da Escandinávia, símbolos como o Julbock, o bode de Yule, fazem parte das tradições mais antigas. Assim, o Natal assume diferentes formas ao redor do mundo.