Veja como problemas emocionais e redes sociais podem ser uma combinação mortal

Entenda o motivo do aumento de doenças psíquicas e suicídios devido a ataques feitos na internet e saiba como procurar ajuda para lidar e superar esse quadro

O Liberal

Atualmente, um aumento no número de casos de transtornos e doenças psíquicas tem assustado as pessoas, principalmente relacionados à internet. Esse agravamento aconteceu devido ao isolamento causado pela pandemia e o "refúgio" que as pessoas encontraram nas redes sociais. Nos últimos meses, vários casos de anônimos e famosos que sofreram ataques são divulgados na Web. Muitos ganharam ainda mais repercussão pois tiveram desfechos lamentáveis, como o suicídio.  

Não é de hoje que os “cancelamentos” na internet acontecem, no entanto, há uma maior visibilidade às consequências disso que, muitas vezes, são mortais. Um caso recente foi o de Lucas, de 16 anos, filho da cantora de forró Walkyria Santos. Após receber diversas mensagens de ódio nas redes sociais, ele tirou a própria vida.

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A psicóloga Larissa Sales explicou como essa mistura da “vida on-line” e adoecimento psíquico pode afetar as pessoas: “As redes sociais podem fazer mal conforme o uso que se faz dela, podendo ser de forma moderada ou abusiva, considerando os riscos à saúde física e psíquica. Estamos falando desde crises de ansiedade, sintomas de depressão, compulsão alimentar, significativos distúrbios psicopatológicos, internações em clínicas psiquiátricas, episódios de suicídio, bem como a busca proeminente pelo uso de psicotrópicos (remédios controlados).

image Larissa Sales, psicóloga (Divulgação)

Ela também comentou sobre a compulsão por estar sempre “conectado”. “Existe o uso exacerbado, resultando na dependência a essas redes sociais, levando a pessoa a cancelar suas atividades diárias para ficar “monitorando a vida do outro”. Assim como comportamentos de isolamento social, sensação de angústia, tristeza profunda, desmarcar compromissos, alteração do sono e do humor, sedentarismo, queda no rendimento laboral e/ou escolar, e é nesse ponto que o sofrimento psíquico advindo desse uso se torna prejudicial”, afirma a profissional.

image  (Reprodução: Thumbs)

Recentemente, Lara da Silva, a jovem que viralizou com o meme “Já acabou, Jéssica?”, em 2015, quando tinha apenas 12 anos, disse em uma entrevista que passou por um longo período de depressão devido às brincadeiras de mal gosto. Ela declarou que até hoje, com 18 anos, ainda faz acompanhamento para conseguir enfrentar o julgamento das pessoas. Segundo ela, as piadas ultrapassaram o ambiente virtual e tiveram consequências negativas em todas as áreas da sua vida.

image Jovem que viralizou com meme abandonou os estudos e caiu em depressão
O vídeo que foi parar na internet gerou consequências negativas e mudou completamente a vida de Lara da Silva

Larissa Sales também falou sobre as consequências destas críticas e comentários feitos na Web: “Nos últimos tempos, temos visto que os constantes ‘linchamentos virtuais’ acontecem por qualquer motivo. O ‘tribunal do julgamento virtual’ é acionado a todo o momento. Em questão de segundos, você pode destruir tudo. O resultado pode ser muito cruel, adoece o sujeito, acarreta em sofrimento psíquico e que, por vezes, necessitará de tratamento”, declara.

De acordo com a psicóloga, algumas pessoas conseguem lidar de maneira saudável com as críticas, inclusive as ditas destrutivas. No entanto, ela alerta que quem ainda não consegue enfrentar essas questões em meio às redes sociais, pode se tornar uma vítima.

Confira os principais passos, segundo a psicóloga, para conseguir lidar e superar esses julgamentos na internet:

► Reconhecer e aceitar que precisa de ajuda profissional;
► Entender que, muitas vezes, o tratamento pode ser demorado;
► Ter disponibilidade e predisposição para reorganizar a vida;
► Fazer uma análise pessoal ou psicoterapia;
► Aceitar a ajuda de uma “rede de apoio”, que pode ser: familiares, grupo de amigos, grupos de debate/estudos, praticar atividades físicas e meditativas, dentre outros;
► Pesquisar e procurar as clínicas-escolas que possuem responsabilidade ética e técnica. E, também, os serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), tais como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Unidades básica de Saúde (UBS), que contam com equipes multiprofissionais e estão de portas abertas para receber pessoas interessados(as) nesse tipo de atendimento.

(Maiza Santos, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Heloá Canali)

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