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Ingerir bebidas alcoólicas acelera envelhecimento, comprova estudo genético

A pesquisa mostra que o consumo excessivo de álcool diminui a estrutura de um cromossomo responsável por proteger o material genético de danos da célula

Maiza Santos

Um estudo realizado por pesquisadores do Departamento de Saúde da População da Universidade de Oxford, no Reino Unido, conseguiu comprovar que o consumo de álcool acelera o envelhecimento celular no corpo. O método é capaz de estimar os efeitos negativos que o excesso de bebidas alcoólicas pode ter no organismo das pessoas. Entenda.

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Além de acelerar o aparecimento de doenças hepáticas e cardiovasculares, o álcool também prejudica as células do organismo e faz a pessoa envelhecer mais rápido. Para chegar a essa conclusão, os cientistas avaliaram informações de mais de 245 mil britânicos, com idade média de 57 anos, por meio do banco de dados UK Biobank. 

A pesquisa

Após as análises, os resultados da pesquisa mostraram que o consumo além do recomendado de bebidas alcoólicas promove danos ao DNA dos telômeros. Essas estruturas envolvem a parte final dos cromossomos, protegendo-os de danos e  preservando a duração de vida do gene. Esses danos ocasionados pelo álcool levam à redução do comprimento dos telômeros, o que causa um envelhecimento biológico.

Isso ocorre porque cerca de 50 a 100 bases de DNA dos telômeros são perdidas cada vez que uma célula se replica, um processo que é contínuo no decorrer dos anos. Se esse telômero é diminuído com o tempo, a pessoa passa a ter menos vitalidade do gene. A bebida alcoólica leva à redução desse telômero, levando o gene a envelhecer antes da hora.

Esse impacto no gene pode aumentar de acordo com o excesso do consumo de bebida. Ele também afeta a expectativa de vida da pessoa, pois o corpo fica mais propenso a:

  • Fraqueza muscular
  • Alzheimer
  • Diabetes
  • Doenças ligadas ao envelhecimento

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A análise

O estudo é o primeiro a utilizar a técnica de análise genética chamada de randomização mendeliana (RM) para avaliar o efeito do álcool no comprimento dos telômeros. Esse método avalia a variação de genes com funções conhecidas para analisar o que relaciona um fator de risco e uma consequência. Por exemplo, se um gene que atua especificamente no que seria o maior fator de risco também está associado ao problema, isso indica que há um motivo.

Para chegar ao resultado, os cientistas selecionaram 93 genes que já haviam sido ligados anteriormente ao consumo de álcool, e 24 que foram associados a transtornos alcoólicos. Então, para realizar a análise genética dos telômeros, os cientistas utilizaram os leucócitos, células do sistema imunológico, que foram parte da amostra de DNA coletada dos participantes estudados. Além da técnica de RM, foi feita uma pesquisa observacional, incluindo relatos dos participantes sobre a quantidade de bebidas ingeridas por semana.

O resultado

Os resultados mostram que o alto consumo de álcool e o menor comprimento dos telômeros estão relacionados. Confira a média de envelhecimento:

  • 10 taças de vinho de 250 ml (por semana) - Dois anos de envelhecimento;
  • 2 taças de vinho de 250 ml (por semana) - Pouco impacto no organismo;
  • Pessoas com predisposição genética para o maior consumo de álcool -  3 a 6 anos de envelhecimento.

O que pode explicar a influência do álcool no comprimento dos telômeros é o aumento do estresse oxidativo que danifica o DNA consequente da decomposição do etanol pelo corpo.

A boa notícia é que os efeitos no comprimento do telômero foram observados apenas entre aqueles que bebiam mais de 17 unidades de álcool por semana - o que corresponde a pouco menos de seis taças de vinho.

(Estagiária Maiza Santos, sob supervisão da editora web de OLiberal.com, Ana Matos)

 

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