Inédito: brasileiro lidera cirurgia de transplante renal de porco para humano vivo; entenda

O procedimento ocorreu no Hospital Geral de Massachusetts (MGH), em Boston, Estados Unidos

Lívia Ximenes
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Foi realizado o primeiro transplante bem-seucedido de rim de porco geneticamente modificado para humano vivo do mundo. O procedimento, feito no Hospital Geral de Massachusetts (MGH), em Boston, Estados Unidos, foi liderado pelo médico brasileiro Leonardo Riella, diretor de transplante renal. Classificada como “bem-sucedida” pelo hospital, a cirurgia ocorreu no sábado, 16, e teve anúncio oficial nesta quinta-feira, 21.

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O transplante de tecido ocular liderou as estatísticas, com 519 córneas transplantadas, seguido pelo rim, com 74 casos, medula óssea, com 20, e, por último, o fígado, com quatro casos.

O transplante foi feito em Richard “Rick” Slayman, de 62 anos, diagnosticado com diabetes tipo 2 e hipertensão. Richard já passou por um transplante de rim anteriormente, mas não houve sucesso e precisou ir para diálise. “Eu fui paciente do Centro de Transplante Geral do Mass por 11 anos e tive o maior nível de confiança nos médicos, enfermeiros e apoio clínico, que cuidaram de mim. Quando meu transplante falhou em 2023, eu voltei a confiar no meu time de cuidados do MGH”, disse. Richard pretendia não apenas melhorar a qualidade de vida, como prolongá-la também. Ele se recupera no hospital e, conforme a instituição, seu quadro de saúde é bom.

O rim de porco transplantado foi providenciado pela eGenesis de Cambridge, Massachusetts, uma companhia de pesquisa biotecnológica. O animal, geneticamente modificado, recebeu alguns genes humanos após retirada de grande parte dos genes suínos. Retrovírus do porco foram inativados por cientistas para eliminar o risco de infecções em humanos. A pesquisa do MGH com a eGenesis durou cerca de cinco anos.

Mike Curtis, diretor executivo da eGenesis, agradeceu pela “contribuição corajosa” e pelo “avanço da ciência de transplantes”. “Nós parabenizamos nossos colaboradores no MGH nesse feito histórico. Nós também reconhecemos o trabalho e a dedicação do time da eGenesis que fez essa conquista ser possível. Isso representa uma nova fronteira na medicina e demonstra o potencial da engenharia genética de mudar a vida de milhões de pacientes ao redor do mundo”, falou.

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O grupo liderado pelo brasileiro Leonardo Riella foi composto pelos médicos Tatsuo Kawai e Nahael Elias. O brasileiro relembra do primeiro transplante de rim realizado, há 70 anos, e das décadas com imunossupressores em uso. “Apenas no MGH, há cerca de 1,4 mil pacientes na lista de espera para transplante renal. Alguns desses pacientes vão, infelizmente, morrer ou adoecer antes de serem transplantados, enquanto esperam em diálise. Eu estou firmemente convencido que o xenotransplante [quando há troca de órgãos em diferentes espécies] representa uma solução promissora”, afirmou Leonardo.

(*Lívia Ximenes, estagiária sob supervisão da coordenadora de Oliberal.com, Heloá Canali)

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