Dia do Veganismo: estilo de vida preserva a existência animal e traz benefícios à saúde

Comemorado mundialmente em 1º de novembro, o Dia do Veganismo é uma forma de protesto sobre a importância da vida animal

Gabriel Bentes
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O Dia do Veganismo é comemorado em 1º de novembro no todo mundo e busca conscientizar os seres humanos que a vida animal também importa. O estilo de vida não aconselha a exploração de animais para a produção de alimentos, vestimentas, cosméticos, medicamentos, joias, artigos de limpeza, entre outros.

A data surgiu no ano de 1994, por meio da presidente da The Vegan Society, Louise Wallis, sendo a instituição mais antiga nesse segmento na Inglaterra. Além dar visibilidade à pauta vegana, a criação também foi uma forma de homenagear o 50º aniversário da fundação naquele ano.

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A nutricionista Lorena Falcão explica que o veganismo não é uma dieta da moda, assim como o low carb (sem carboidratos) entre outras existentes por aí. Ele não diz respeito a uma dieta em um sentido comercial, mas sim a uma ideologia muito significativa que prega que toda forma de vida precisa de liberdade.

“Os cuidados do veganismo estão relacionados com uma dieta baseada em alimentos estritamente de origem vegetal, então você não vai encontrar laticínios, não vai encontrar ovos”, diz a nutricionista. 

"Se a pessoa está se utilizando de alimentos de origem vegetal, aí a gente pode falar de cereais, de feijões, leguminosas, dos legumes, verduras, hortaliças, frutas em geral, a nossa criatividade faz a gente ampliar essa construção do veganismo em preparações. Você pode fazer tortas, bolos, biscoitos, bombons, geleias das mais diversas variedades”, lista Lorena. 

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Benefícios à saúde

Além de um estilo de vida que defende a existência animal, a prática do veganismo traz diversos benefícios à saúde. “Para o nosso organismo a oferta de alimentos in natura, e que eu vou transformando em preparações culinárias, tem uma gradação altíssima pelo teor de fibras, de antioxidantes, das vitaminas A, C e E, especificamente dos antioxidantes - que vão atuar contra a atividade de radicais livres. Então, você tem fibras alimentares, controle dissêmico, controle da pressão arterial, motivação intestinal, uma diversidade de funções”, pontua Lorena.

Acompanhamento profissional é indispensável

Como qualquer mudança de hábito alimentar, a adoção do veganismo como estilo de vida requer um acompanhamento de um profissional da nutrição para avaliar e orientar o processo de transição. “O acompanhamento profissional é importante, porque algumas pessoas podem entender ‘hoje eu não vou consumir [carne]’, mas isso fere muito a nossa realidade no qual a gente está habituado. Então, é se programar e estimular o organismo gradativamente para que ele receba uma adequação correta em relação às proteínas. Os aminoácidos essenciais, aquele que a gente não produz, estão muito presentes nos alimentos de origem animal. Então ‘como fazer essa conversão?’ O nutricionista vai orientar e isso deve ser considerado mesmo um processo que pode levar anos de convivência com o vegetarianismo", salienta a nutricionista.

Empreendimento vegano

A chefe de cozinha Petra Marron, de 29 anos, é vegana há 14 anos e dona de uma padaria em Belém nesse segmento. Criado em 2018, o empreendimento localizado no bairro do Umarizal visa oferecer um lugar com cardápio completamente vegano na cidade. “Eu sempre fui uma amante de padarias e cafés e quando me tornei vegana esse mundo se fechou para mim. Eu queria que existisse um lugar onde as pessoas pudessem comer bolos, pães, queijos, tortas e refeições livres de ingredientes animais. Esse lugar não existia em Belém, então criei esse lugar. A padaria existe há 5 anos e é realização de um sonho!”, pontua a empreendedora.

image Chefe Petra Marron é dona de uma padaria vegana em Belém (Foto: Ivan Duarte / O Liberal)

Vegana desde os 15 anos, Petra relata, ainda, que o maior desafio no início da transição para o veganismo foi a falta de informação. Ela, então, teve que ir atrás do conhecimento, por meio de documentários e comunidades veganas na internet. “Quando me tornei vegana não havia tantas receitas na internet como hoje. Não havia produtos sinalizados como veganos, não havia restaurantes com opções veganas. Então tive que aprender a cozinhar. De certa forma essa imersão foi boa, pois me fez mudar o rumo da minha carreira profissional para algo que sou apaixonada, que é a culinária à base de plantas”, conta a empresária.

“Estamos sempre trazendo novidades, novas experiências de sabor para que todos os que tem interesse pela culinária vegetal possam ter certeza de que esse mundo é muito rico e as possibilidades são infinitas!”, finaliza a chefe.

Leitura transformou o estilo de vida

A estudante Celine Alves, de 19 anos, é vegana há três e diz que conheceu o movimento na infância, por meio da leitura, e passou a buscar mais informações sobre o estilo de vida que futuramente viria seguir. “Conheci o veganismo devido um livro que li quando tinha 12 anos que fazia vários questionamentos filosóficos e um deles era ‘devo comer carne?’. E tentei ser vegetariana por 5 dias, porque eu sempre amei os animais, mas era muito pequena e não tinha autonomia ainda. Depois de dois anos conheci pessoas que também estavam tentando ser vegetarianas e veganas e comecei a pesquisar sobre na internet. Um ano depois comecei a ser vegana”, conta Celine.

Para a estudante, a humanidade se encontra em um patamar evolutivo e a alimentação, para sobrevivência, possou a ser baseada de outra forma que não seja pela carne dos animais. “Hoje em dia podemos ter uma dieta e um estilo de vida que não maltrate os animais e, como consequência disso, ajudar a amenizar os problemas ambientais provenientes da exploração desses seres”, afirma a jovem.

Celine relata, ainda, que o maior desafio da transição para o veganismo foi parar o consumo de alimentos que possuem leite e derivados. “Sempre gostei muito de doces e queijos, mas, depois que criei consciência da exploração das vacas e dos filhotes, consegui deixar esses alimentos de lado. Fora isso, me adaptei muito bem à alimentação vegana, minha saúde até melhorou.” pontua a estudante. “Além disso, outro problema foi achar cosméticos veganos com preços acessíveis, mas a indústria começou a dar mais visibilidade ao veganismo e hoje em dia esse problema é mais difícil de acontecer”, avalia a jovem.

(Gabriel Bentes, estagiário de jornalismo, sob supervisão da editora web, Rayanne Bulhões)

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