MENU

BUSCA

Spray nasal pode reduzir risco de Covid-19, aponta estudo

Pesquisa mostra que a azelastina, usada no tratamento de alergias, diminuiu em três vezes a chance de infecção pelo coronavírus

O Liberal

Um spray nasal de uso comum, indicado contra sintomas de alergia, pode ajudar a reduzir o risco de infecção por Covid-19, segundo um estudo publicado no JAMA Internal Medicine. A pesquisa analisou a eficácia da azelastina e apontou resultados promissores, mas especialistas destacam que ainda não há aprovação oficial para uso com essa finalidade.

De acordo com o ensaio clínico, conduzido na Alemanha com 450 voluntários adultos, a chance de desenvolver Covid-19 foi cerca de três vezes menor entre aqueles que usaram a substância em comparação com o grupo placebo.

VEJA MAIS

Covid-19: Vacina de spray nasal pode ser o 'fim da pandemia'; saiba como funciona
O imunizante atuará diretamente na porta de entrada do vírus, impedindo a contaminação e principalmente, a transmissão do agente causador da doença

Covid-19: spray nasal feito no Brasil pode estar disponível até 2022
Vacina é desenvolvida por pesquisadores da USP, Unifesp e Fiocruz

O que é a azelastina e para que é indicada?

A azelastina é um anti-histamínico aprovado desde 1996 pela Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA). O medicamento é usado no alívio de sintomas da rinite alérgica, como nariz entupido, espirros, coriza e coceira.

A médica e professora da Universidade George Washington, Leana Wen, explica que a substância pode ser comprada em versão genérica e já possui amplo histórico de segurança. “Esse spray nasal é barato, amplamente disponível e tem décadas de dados que comprovam sua segurança”, afirmou.

Resultados do estudo na Alemanha

O ensaio clínico foi realizado com adultos saudáveis, quase todos vacinados contra a Covid-19. Durante o estudo, um grupo utilizou o spray de azelastina três vezes ao dia por cerca de dois meses, enquanto outro grupo recebeu placebo.

Os resultados mostraram que:

  • Apenas 2,2% dos voluntários que usaram azelastina testaram positivo para Covid-19, contra 6,7% do grupo placebo;

  • O tempo médio de infecção também foi menor: 3,4 dias no grupo tratado contra 5,1 dias no grupo placebo;

  • Além da Covid-19, houve redução na incidência de outros vírus respiratórios, como influenza e rinovírus.

Especialista considera achados encorajadores

Para Leana Wen, os resultados indicam um possível papel da azelastina como medida preventiva adicional contra o coronavírus e outros vírus respiratórios. “Este foi um estudo bem projetado, que aponta para um efeito protetor do spray nasal. Esses achados são um primeiro passo importante e abrem caminho para novas pesquisas”, avaliou.

A médica destacou ainda que a taxa de redução de infecção observada é comparável à obtida com outras medidas preventivas. “É encorajador ver que uma medicação já conhecida, acessível e segura pode ter esse potencial”, disse.

Uso ainda não é recomendado para prevenir Covid-19

Apesar dos indícios, Wen alerta que a azelastina não deve ser utilizada para prevenção por conta própria, já que o medicamento não tem aprovação da FDA para esse fim. “Não é hora de substituir medidas comprovadas, como a vacinação e o uso de máscara em ambientes de risco”, ressaltou.

A especialista reforça que, diante do aumento recente de casos de coronavírus, alguns cuidados seguem fundamentais:

  • Vacinar-se com a versão atualizada da vacina contra a Covid-19;

  • Evitar aglomerações e locais fechados, especialmente pessoas mais vulneráveis;

  • Usar máscara N95 ou equivalente em ambientes de maior risco;

  • Ficar em casa em caso de sintomas respiratórios, para evitar a transmissão de vírus.