Covid-19: Vacina de spray nasal pode ser o 'fim da pandemia'; saiba como funciona
O imunizante atuará diretamente na porta de entrada do vírus, impedindo a contaminação e principalmente, a transmissão do agente causador da doença
As vacinas são a maneira mais segura e eficaz de proteger o corpo humano contra doenças infecciosas, principalmente em suas formas graves, através da aplicação dos agentes causadores de doenças mais “fracos” no organismo, facilitando a produção de anticorpos que vão combater um vírus ou bactéria.
Durante a pandemia da covid-19, o imunizante levantou diversos debates, mas é inegável que sua aplicação diminuiu drasticamente o número de casos graves no país e no mundo. Entretanto, pesquisadores ouvidos pelo Fantástico, da TV Globo, explicam que a sua eficácia tem se tornado menor e que outros caminhos devem ser estudados para que não ocorra diminuição da sua proteção.
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“Para a proteção, para a hospitalização, doença severa, doença grave, morte, ela ainda continua. Mas também estamos começando a ver uma queda nessa proteção”, explicou Denise Garrett, vice-presidente do Instituto Sabin/EUA.
Os cientistas apresentaram duas medidas principais que ajudarão a elevar a eficácia das vacinas.
Quais são as duas medidas para aumentar a eficácia da proteção contra o coronavírus?
A primeira é criar vacinas que protejam contra todas as variantes do vírus, pois não é possível desenvolver uma vacina particular para cada mutação. “Seria uma vacina quase que universal, e essa seria o próximo passo em termos de vacina”, informou Denise.
Uma segunda medida é um novo tipo de vacina. O tipo de imunizante que funcionará como spray nasal, no lugar de ser aplicada no músculo. “Para parar a infecção, é importante vacinas que vão atuar na mucosa nasal, aqui na porta de entrada do vírus”, disse a epidemiologista.
De que forma atua a vacina por spray nasal?
O vírus da covid-19 se prolifera, primeiramente, nas mucosas nasais, por onde entra no nosso corpo. Os anticorpos das vacinas atuais não chegam até o local, e mesmo que chegassem, não é ali que devem ficar. Por isso, um novo tipo de imunizante se faz necessário. O spray nasal agiria especificamente no local de entrada do vírus, impedindo sua proliferação.
É essa a luta que trava o Instituto do Coração, em São Paulo, junto de outros laboratórios pelo mundo. A vacina aplicada através do spray nasal impede a multiplicação do vírus logo na porta de entrada, impedindo a contaminação e até mesmo a transmissão do vírus. Quando o agente causador da doença parar de circular, a pandemia pode acabar.
“Você elimina o vírus na entrada. Porque as pessoas, mesmo vacinadas atualmente, podem ainda infectar o nariz e distribuir o vírus para várias outras pessoas”, explicou Jorge Kalil, diretor do laboratório de imunologia do Incor.
(Estagiário Gabriel Mansur, sob supervisão do editor executivo de OLiberal.com, Carlos Fellip)
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