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Trabalhadores que usam bicicleta como meio de transporte enfrentam desafios na locomoção

A prática do ciclismo no dia a dia tem uma série de obstáculos, desde a falta de espaços adequados para o tráfego até o desrespeito de motoristas

Elisa Vaz

O uso da bicicleta para além do esporte tem sido adotado por cada vez mais pessoas. Quando se fala em sustentabilidade e mobilidade urbana, esse meio pode ser o mais eficaz para evitar o excesso de automóveis nas vias e, consequentemente, engarrafamentos; reduzir a emissão de gases poluentes na atmosfera; e ainda desafogar o orçamento, com menos custos de transporte público e particular. No entanto, a rotina dessas pessoas é difícil. Com a falta de vias para trafegar com as bicicletas e o desrespeito de motoristas, os ciclistas ficam vulneráveis e enfrentam muitos obstáculos durante a prática.

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“Eu tenho a minha bicicleta como meio de transporte, comecei desde cedo a pedalar, e quando comecei a trabalhar passei a ir de bicicleta. Eu acho o meio transporte mais eficaz. É bom para a saúde e faz bem para a mente. Eu economizo o vale-transporte e ainda ganho tempo, porque chego no meu trabalho mais rápido do que se eu tivesse que pegar um ônibus. Quando tem ciclovia é rápido”, comenta.

Perigo

Porém, nem sempre essa é uma realidade. No trajeto que Beto, como é chamado, faz, falta espaço e respeito no trânsito. Saindo da avenida Tavares Bastos, na Marambaia, ele segue pela avenida Pedro Álvares Cabral, que não tem ciclofaixa até perto do IT Center. “É uma via que não oferece muitas condições para quem trabalha e usa a bicicleta, porque não tem ciclovia, não tem ciclofaixa, é muito complicado. Inclusive, eu já fui atropelado algumas vezes por causa disso”, conta.

O maior desafio, segundo o trabalhador, é a falta desse espaço adequado e, mesmo quando ele existe, não há respeito por parte das outras pessoas. Por exemplo, enquanto a reportagem acompanhava o trajeto de Beto, vários motoristas pararam seus carros na ciclofaixa, sendo que dois desceram dos veículos e ligaram o sinal de alerta. Outra dificuldade para Beto é em relação aos ônibus - ele conta que os motoristas passam “tirando fino”, em alta velocidade.

 

 

 

 

 

O Coletivo ParáCiclo, como a própria Daniele diz, faz incidência política através de projetos, apontando adaptações, demandas e potencialidades dentro de Belém. “Temos a obrigação de fazer essa cobrança, porque entendemos que a mobilidade ativa faz a diferença no futuro muito próximo. E o futuro é agora. As cidades europeias que têm benefícios de mobilidade, que têm grandes estruturas, começaram a implantar essas ações 60 anos atrás. Amsterdam, que é o maior exemplo, não começou ontem. Estamos atrasados, mas há muitas possibilidades para Belém ser a capital da bicicleta”, adianta a ativista.

Em meio aos desafios enfrentados pelos trabalhadores que adotam a bicicleta como meio de transporte diário, torna-se evidente a necessidade de investimentos e adaptações nas estruturas urbanas da cidade. Com a realização da COP 30 em 2025, se torna ainda mais urgente transformar a mobilidade urbana e promover um legado positivo para a sociedade. Afinal, o futuro da mobilidade ativa em Belém depende da ação conjunta e comprometida de agentes públicos e da população.

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