Veja onde conseguir cursos profissionalizantes gratuitos em Belém

A deficiência de qualificação foi o que motivou o Instituto Maria e Marias a criar esse braço de atuação

Elisa Vaz

A entrada no mercado de trabalho é capaz de dar mais dignidade a grupos sociais vulneráveis. Mas, nem sempre é possível começar um novo emprego ou fazer uma transição de carreira sem a profissionalização. Oferecer capacitações gratuitas a pessoas que querem empreender é um dos braços do Instituto Maria e Marias, entidade sem fins lucrativos que atua em quatro localidades de Belém com a oferta de cursos e aulas para as comunidades. No centro da capital, os bairros atendidos são Guamá, Terra Firme e Canudos, mas a Ilha de Mosqueiro também recebe as atividades.

Coordenadora geral do projeto, Cristiane Silva afirma que o grupo começou fazendo ações sociais, principalmente na época de Natal, com a distribuição de brinquedos. Devagar, os voluntários diversificaram sua atuação e passaram a oferecer outros serviços para a comunidade, de acordo com a necessidade. “A gente conseguiu um espaço aqui do lado, era pequeno, uma casa de madeira. Aí foi ampliando, foi crescendo, quando a gente foi ver, graças a Deus, hoje em dia a gente tem esse prédio”, comemora.

Em relação aos cursos profissionalizantes, a ideia surgiu para atender as mães e os pais desempregados que levavam seus filhos para as ações que já eram ofertadas pelo instituto, como as de dança e luta. “Nós identificamos as mães desempregadas, os pais sem condições de pagar por um curso profissionalizante, então buscamos parceiros que pudessem proporcionar isso para a comunidade, para a família buscar conhecimento e ter uma renda extra”, conta Cristiane. Hoje os parceiros são o Instituto Ambient e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

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A deficiência de profissionalização notada na comunidade foi o que motivou o instituto a criar esse braço de atuação, de acordo com a coordenadora dos cursos profissionalizantes, Luciana Alves. A ideia, diz ela, é que os parceiros auxiliem a entidade na oferta de qualificação, para profissionalizar toda a comunidade que vive no entorno dos quatro polos existentes hoje. Luciana destaca ainda que os cursos são itinerantes, ou seja, passam por todas as sedes do instituto.

Como funciona

A metodologia é a seguinte: cada curso dura, em média, uma semana, de segunda a sexta-feira, sempre de 8h às 16h. No último dia, os alunos recebem certificações na cerimônia de encerramento. Toda semana, as aulas são diferentes, e os interessados precisam acompanhar o Instagram do projeto (@institutomariaemarias) para saber os prazos de inscrições.

“Estamos ajudando dessa forma, para inserir o aprendizado e o conhecimento e também enriquecer o currículo deles. A gente verificou a deficiência em relação à comunidade em termos de se profissionalizar, se qualificar, e a gente buscou com essas parcerias oferecer cursos na área de manipulação de alimentos, de panificação de bolos e doces, área administrativa, qualidade no atendimento e outros, para melhorar a qualificação e inseri-los no mercado de trabalho”, avalia. Já visando à COP 30, que será realizada em Belém no ano que vem, outro curso é o de recepcionista de hotel.

Comunidade é beneficiada

A coordenadora geral, Cristiane Silva, ressalta que há várias histórias de sucesso de pessoas que passaram pelos cursos profissionalizantes. Um exemplo que ela deu foi de um senhor de 56 anos que estava desempregado, fez um curso de panificação e aprendeu a fazer salgados. Hoje, segundo Cristiane, ele vende as guloseimas para se manter, sendo esta sua única fonte de renda no momento. “Os salgados são muito gostosos, e isso ajudou ele. Com o conhecimento que ele adquiriu no instituto, hoje pode ter a sua renda”.

Uma das participantes do curso de corte e costura, que está sendo oferecido nesta semana no polo da Terra Firme, é a autônoma Rosângela da Rocha, de 54 anos, moradora do bairro. Ela conta que faz parte de um grupo de mensagens do instituto e sempre fica por dentro das aulas que estão ocorrendo. A aluna já havia participado de outro curso, e escolheu essa nova turma porque acha que o conhecimento vai agregar valor ao seu trabalho.

“Eu tenho uma barraca na feira, sou artesã, faço artesanato e vendo na minha barraca. Mas eu não sabia costurar nem os meus moldes, que precisa encher para fazer o artesanato, então eu vou unir o útil ao agradável e aprender a fazer essas peças para vender lá”, relata. Antes com medo da máquina de costura, Rosângela detalha que já superou esse receio e tem aprendido várias técnicas, mesmo em poucos dias de aulas. “É maravilhoso porque você aprende e vai ganhar dinheiro, se profissionalizando, fazendo peças perfeitas. Já estou afiada”, ressalta.

Outra participante do projeto é a estudante Mirela Janaú, de 17 anos, que, mesmo com a pouca idade, já fez outros sete cursos do instituto. Ela começou as atividades com as artes marciais, mas depois participou de turmas como de oratória, fiscal de loja, primeiros socorros e até de almoxarifado.

Como trabalha como modelo, resolveu aprender também sobre design de sobrancelhas, o curso que faz agora. “Eu trabalho com moda, sou modelo, e nos eventos tenho que saber fazer em mim mesma. Essa área de sobrancelha foi justamente para aprender a fazer em mim e nas outras pessoas. Pretendo trabalhar com esse segmento e abrir meu próprio negócio lá na frente”, menciona. Para Mirela, o instituto oferece oportunidades incríveis e abre portas para pessoas de qualquer idade que buscam uma carreira.

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