Vereadora de Belém, Bia Caminha denuncia ameaça de estupro recebida por e-mail

Nas imagens compartilhadas, a pessoa escreve um texto, supostamente endereçado à parlamentar, falando sobre querer ver mulheres estupradas

Elisa Vaz
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A vereadora de Belém Bia Caminha (PT) usou as redes sociais, na manhã desta quinta-feira (12), para denunciar uma ameaça de estupro que teria recebido por e-mail. Na imagem compartilhada, uma pessoa que se identifica como Anderson Rocha Ludovico de Meneses envia um texto à parlamentar. O assunto do e-mail seria “Eu desejo que mais mulheres sejam estupradas”.

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Na foto, o suposto criminoso defende o grupo palestino Hamas, dizendo a ideologia deve ser instalada no Brasil para “expurgar o mal que aflige nosso país”. “Que todas as mulheres, negros, nordestinos e homossexuais sejam degolados e mortos. Que mais mulheres sejam estupradas e mortas, preferencialmente em frente aos seus filhos, maridos, conhecidos e familiares, a fim de que se tornem exemplos de purificação”, continua a pessoa, no texto que seria datado de 12 de outubro, às 9h49.

Confira o texto na íntegra:

image O assunto do e-mail seria: “Eu desejo que mais mulheres sejam estupradas” (Reprodução / Instagram @beatrizcaminha)

Denúncia

Por meio do Instagram, Bia Caminha diz estar “exausta de parar de estudar, trabalhar, cozinhar e fazer seja lá o que for para acionar órgãos, governos, instituições, o meu partido, e ver a inércia de todos estes diante desse atentado à democracia, que eu e outras parlamentares feministas, negras e LBTs vem sofrendo”.

Ela ainda critica os órgãos de investigação e segurança.“Cansada de ser ameaçada constantemente e saber que não posso contar com ninguém além de mim mesma, dos meus companheiros do MPJ e com a minha família. Cansada de observar o silêncio e a inércia de todas as pessoas que votei e apoiei nos últimos anos. Cansada de fingir que tá tudo bem”, declarou, nas redes sociais.

Ameaças

À reportagem do Grupo Liberal, a parlamentar deu detalhes do que tem sofrido nos últimos meses. Ela diz que, além da ameaça desta quinta-feira, outras três vezes recebeu mensagens indesejadas. “Recebi um e-mail que fazia alusão à questão do casamento homoafetivo (que não continha nenhuma ameaça, mas contém homofobia) e uma ameaça de morte no dia 17 de abril. E teve a ameaça de estupro corretivo no início de setembro”, comenta.

Segundo ela, cada processo tem um andamento. No caso da ameaça de morte recebida em 17 de abril, Bia diz que existe um inquérito na PF que está parado a meses; análise de risco pela própria Polícia Civil que não teve encaminhamento; e uma solicitação de entrada no Programa de Defensores de Direitos Humanos que também estaria parada há meses.

“Na ameaça que recebi em setembro, foi feito um Boletim de Ocorrência (BO) na Delegacia de Crimes Cibernéticos e eles nos deram um retorno essa semana solicitando que eu fosse lá na terça-feira. E essa nova ameaça vou fazer um novo BO na Polícia Civil e devo abrir também na Polícia Federal, por envolver três outras parlamentares de Minas Gerais. Estou entrando em contato com elas”, informou à reportagem.

Em nota, a Polícia Civil disse a vereadores foi intimada a prestar depoimento. “O caso é investigado por meio da Diretoria Estadual de Combate a Crimes Cibernético, que trabalha para identificar a autor das ameaças”, finalizou o comunicado.

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