Temer é transferido da PF para comando de polícia de choque da PM de São Paulo
Juíza determina que a condução de Temer deve ser feita pela Polícia Federal e chama a atenção para o uso de algemas

O ex-presidente Michel Temer foi transferido da sede da Superintendência Regional da Polícia Federal em São Paulo para o Comando de Policiamento de Choque da Polícia Militar paulista nesta segunda-feira (13), véspera do julgamento de um pedido de liberdade apresentado pela defesa de Temer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A PF informou em nota que a transferência foi determinada pela 7ª Vara Federal Criminal no Rio de Janeiro. Segundo a corporação, Temer continuará a cumprir prisão preventiva em sala de Estado-Maior do batalhão da PM paulista.
O ex-presidente foi preso na quinta-feira em São Paulo, um dia após desembargadores do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) terem cassado habeas corpus anterior e ordenado o retorno dele à prisão preventiva por suspeita de envolvimento na operação Lava Jato.
Pedido de liberdade apresentado pela defesa de Temer será julgado na terça-feira pelo STJ.
Essa é a segunda vez que Temer é preso este ano no âmbito da Lava Jato. Em março, o ex-presidente foi detido pela operação Descontaminação, que apura desvios de recursos na Eletronuclear, mas acabou sendo solto poucos dias depois graças a um habeas corpus.
Temer foi preso por ordem do Tribunal Regional Federal da 2.ª Região (TRF-2). Na quarta-feira, 8, por dois votos a um, a Corte cassou liminar do desembargador Ivan Athié e acolheu recurso do Ministério Público Federal restabelecendo decreto de prisão preventiva do emedebista e também de seu antigo aliado, o coronel reformado da PM paulista João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, que está no Presídio Militar Romão Gomes, zona Norte da capital. Temer é acusado de liderar organização criminosa que teria agido durante 30 anos e desviado R$ 1,8 bilhão em contratos do setor público - crimes que ele nega enfaticamente.
Coronel Lima seria seu "operador financeiro", sustenta a força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio. Na sede da PF em São Paulo, onde se apresentou na tarde de quinta-feira, Temer ocupou inicialmente uma sala de reuniões sem banheiro no 9.º andar, próximo ao gabinete do superintendente regional da corporação.
Na sexta-feira, 10, o ex-presidente passou para uma sala no 10.º andar. Sua rotina na prisão compreende leitura dos jornais do dia e livros que levou na bagagem quando se entregou. A expectativa de Temer se concentra agora na sessão desta terça-feira, 14, da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que vai julgar seu pedido de habeas corpus. O criminalista Eduardo Carnelós, defensor do emedebista, sustenta que a prisão "é injusta e cruel".
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