Setor de reciclagem estuda formas de aumentar protagonismo do Pará para a COP 30
Abralatas afirma que estado já é reflexo de sucesso dentro do contexto nacional
A indústria de reciclagem de latinhas, representada pela Associação Brasileira de Fabricantes de Latas de Alumínios (Abralatas), estuda planos para aumentar o protagonismo do Pará no setor em função da COP 30. O evento, marcado para novembro de 2025, será realizado em Belém. Porém, em entrevista ao Grupo Liberal, o presidente da entidade, Cátilo Cândido, destacou que o estado já possui importância dentro do contexto nacional do mercado por ser um fabricante de alumínio e origem de diversos produtos que fornecem o item para abastecer a economia do segmento.
“Belém e Pará vão ser referências para a COP 30, que vai acontecer em 2025. A nossa indústria tem alguns planos positivos para acompanhar de perto a discussão da mudança climática nas COPs, inclusive, obviamente, dando cada vez mais protagonismo para a COP que vai acontecer no país. Mas o monitoramento do assunto e o trabalho para que se desenvolvam as ODS [Objetivos de Desenvolvimento Sustentável] da ONU e cada vez mais esse assunto tenha uma relevância na pauta nacional, é uma das nossas prioridades”, comenta Cátilo.
Conforme a Abralatas, o Brasil alcança o patamar de 95% de reciclagem de latas há mais de 10 anos. O resultado coloca o país, afirma a associação, como um exemplo de economia circular, uma vez que cerca de 31 bilhões de unidades do material são recicladas todos os anos. “A reciclagem no país ajuda mais de 800 mil catadores e catadoras de materiais recicláveis. É apenas um dado para mostrar a importância da reciclagem para nossa agenda do dia a dia. A gente investe com o setor mais de R$ 7 bilhões com a reciclagem, somente da latinha no Brasil. Por ano”, destaca.
Reciclagem alia preservação com economia
O ciclo de cada lata de alumínio, desde a embalagem, até o uso final, é de sessenta dias, podendo ser renovado de forma infinita. Por isso, Cátilo pontua que a atividade, além de preservar o meio ambiente, também promove acréscimos econômicos importantes. “A lata, além de benefícios sociais e econômicos, traz um benefício ambiental muito grande, através do seu ciclo. É como se fosse uma grande roda em movimento o tempo inteiro e cada parte dessa roda se beneficia da sua passagem, dessa circularidade. Estamos falando de um produto que causa benefícios desde o momento da fabricação até a sua comercialização”.
“A gente acaba gerando economia, mas sem impactar no ambiente. Então, acho que a lata de alumínio para bebidas no Brasil é um exemplo para o mundo de como aliar essas duas esferas tão importantes para a indústria, que é desenvolvimento, mas com proteção ambiental. Acho que é um exemplo típico, vivo e atual de economia circular. Isso demonstra que a gente tem uma oportunidade muito grande ainda de trazer a latinha para outros ambientes e outros horários e outros momentos que a gente ainda não utiliza”, completa o presidente da Abralatas.
Nova geração
O aumento significativo da reciclagem de latas de alumínio é um movimento observado a partir da necessidade de colocar em prática as pautas ambientais. Cátilo explica que, com o passar do tempo, “a gente nota que a nova geração de consumidores, que agora começa a chegar nas prateleiras, começa a ter um pouco mais de recurso para optar pelos seus produtos”. “Estamos falando da geração Y, Z, Millennium. Essa geração nova já traz um conhecimento ambiental diferente das gerações anteriores, onde o impacto ambiental começa a ser considerado”.
Apesar de a Abralatas ainda não conseguir mensurar a diferença que esse comportamento faz na ponta, já é possível notar que o impacto ambiental tem começado a partir desses critérios. “Pode ver até na escolha não só de produtos pequenos, como uma lata, uma embalagem, mas dos produtos maiores, como um carro, como uma geladeira, como produtos de eletrodomésticos e outras coisas. Então, no nosso entender, em um futuro, e um futuro próximo, produtos sustentáveis vão ter uma oportunidade muito maior”, frisa Cátilo.
“A lata nos últimos dez anos, em termos de venda, cresceu 58%. Então, no Brasil, a gente pode dizer e afirmar que está tendo uma evolução muito grande. Praticamente, nós saímos do mercado dez anos atrás, dos 18 bilhões de latas, para chegar numa hora de 31 bilhões de latas. E ainda tem uma oportunidade muito grande pela frente” concluiu.
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