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Relator da CPI das ONGs critica 'silêncio' das entidades em relação aos países que mais poluem

Senador Márcio Bittar falou também sobre os recursos que as ONGs recebem desses país, durante depoimento do diretor executivo do Ipê, Eduardo Ditt

O Liberal
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O senador Márcio Bittar (União-AC) fez duras críticas ao que chamou de “silêncio absoluto” das organizações não-governamentais (ONGs) que atuam na Amazônia em relação às nações que mais emitem dióxido de carbono (CO2), principal responsável pelo efeito estufa. “As ONGs que se dizem preocupadas com o clima, não têm nenhuma restrição com os países que mais poluem o planeta”, disse, na manhã desta terça-feira (3).

As declarações foram dadas durante o depoimento do diretor executivo do Instituto de Pesquisas Ecológicas (Ipê), Eduardo Humberto Ditt, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que apura a atuação e o recebimento de recursos públicos e privados por essas ONGs, especialmente na Amazônia.

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Na ocasião, Bittar citou que o Ipê recebeu R$ 45 milhões da Noruega por meio do Fundo Amazônia e questionou Eduardo Ditt se ele achava “imoral” receber dinheiro de um país que queima combustíveis fósseis. “Não há imoralidade nenhuma em defender que o aumento da emissão de CO2 é o principal responsável pelo aquecimento global e, ao mesmo tempo, receber dinheiro de um país que queima combustível fóssil? A Noruega sozinha joga muito mais CO2 no planeta que a Amazônia inteira”, disse o relator.

O representante do Ipê afirmou que não há nada imoral “porque as regras estão muito claras” e defendeu que todo o país que recorre a uso de combustíveis fósseis deve ser pressionado para que mude sua forma de gerar e consumir energia. “Temos sim que valorizar atividades que sejam referentes à energia limpa”, disse o depoente. 

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Em seguida, Bittar questionou se o Instituto Ipê já divulgou alguma nota ou se posicionou publicamente contra Alemanha ou Noruega, mas o depoente disse que não se recorda. “Para os países que pagam as ONGs, é um silêncio absoluto”, declarou o senador.

“Não estou dizendo que o Ipê acha que não deve fazer críticas aos países. Nós fazemos críticas a quem a gente achar que não está agindo corretamente. Apenas respondi que não me recordava de crítica”, disse Fernando Ditt. “Nós estamos fazendo o nosso papel no sentido de que o Fundo Amazônia, no meu entendimento, esse recurso está vindo da Noruega e Alemanha sob condição de mostrar que está havendo redução do desmatamento. Essa é a nossa forma de contribuir com a questão das mudanças climáticas. Cada um dos outros países precisa ter o seu mecanismo e precisa ser cobrado por isso sim”, completou o diretor do Ipê.

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Márcio Bittar também questionou o papel da Inglaterra, que anunciou que não vai conseguir cumprir com as metas que ela própria assinou, e continuou pressionando o depoente sobre o posicionamento de entidades que, segundo o senador, recebem dinheiro de outros países e pressionam o Brasil através da ONGs com discurso das mudanças climáticas, “mas não são criticados”.

Para o representante do Instituto Ipê, é preciso “buscar oportunidades de diálogo para que cada país seja devidamente cobrado pelos outros com relação a suas emissões, que é um problema que afeta o planeta todo”, respondeu. “E nós temos as conferências do clima que é uma oportunidade para os países dialogarem”, continuou.

Sobre o Instituto

Fundado oficialmente em 1992, o Instituto Ipê, que tem sede na cidade de Nazaré Paulista, atua em pesquisas, educação ambiental e programas de geração de renda como formas de conservar a biodiversidade dos biomas brasileiros. A entidade é considerada uma das maiores Organizações da Sociedade Civil (OSCs) do Brasil.

O presidente da CPI das ONGs, Plinio Valério (PSDB/AM), foi quem apresentou o requerimento pedindo esclarecimentos de um representante do Instituto Ipê. Na justificativa, o parlamentar alegou que houve diversas menções à entidade como condutora do processo de criação de Unidades de Conservação no Baixo Rio Negro, inclusive como organizador de outras ONG'S participante desse processo.

No início de seu depoimento, Eduardo Humberto Ditt fez uma apresentação com um resumo sobre criação da Instituto e o início de suas ações pela Mata Atlântica e Portal do Paranapanema. “A gente percebeu que era possível levar para outros biomas”, declarou, sobre os trabalhos na Amazônia.

“Foi a nossa presença na região ao longo do tempo que nos deu a oportunidade de concorrer a um chamamento público feito pelo Governo do Estado do Amazonas em 2006 para que o Ipê realizasse estudos compondo um plano de manejo do Parque Estadual do Rio Negro”, explicou.

Requerimentos

Na reunião desta terça-feira, os integrantes da CPI também aprovaram requerimento apresentado pelo senador Plínio Valério que pede que o presidente da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), Marivelton Rodrigues Barroso, preste informações sobre os recursos oferecidos pela entidade neste ano para financiar projetos nas comunidades indígenas. Em outro pedido apresentado e aprovado, o relator solicita informações sobre a pasta do secretário especial para o Programa de Parcerias e Investimentos do governo, Marcus Cavalcanti.

Foi aprovado ainda requerimento do senador Marcio Bittar pedindo o depoimento do diretor técnico do Instituto Arayara de Educação e Cultura, Juliano Bueno de Araújo, e do diretor na América Latina da ONG 350, Ilan Zugman.

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