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Procura por brinquedos é baixa no comércio de Belém

Expectativa é alta para o Dia das Crianças, mas consumidores ainda não apareceram para comprar

Eduardo Laviano
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A movimentação financeira do varejo para o Dia das Crianças deverá alcançar R$ 7,43 bilhões, segundo estimativa da Pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgada nesta quarta-feira (6).

Seria o maior faturamento do comércio varejista nacional para a data desde 2015, quando atingiu R$ 7,52 bilhões. Essa é a terceira data mais importante do varejo, depois do Natal e do Dia das Mães.

No ano passado, a movimentação financeira para a celebração das crianças totalizou R$ 6,52 bilhões, menor resultado desde 2009 (R$ 6,18 bilhões), mostrando retração de 11,3% em relação a 2019 (R$ 7,35 bilhões). 

A expectativa positiva para 2021 se deve ao aumento de 34% na circulação de consumidores registrado desde o fim da segunda onda da crise sanitária, em outubro de 2020, até o final do mês passado.

image Cristiano conta que loja já deveria estar mais movimentada nesta época do ano (Thiago Gomes/O Liberal)

Apesar dos números otimistas das pesquisas e do colorido chamativo das lojas, na rua Manoel Barata, do comércio de Belém, o clima de baixo astral tomava conta dos lojistas. Cristiano Vale é um dos gerentes de uma loja de brinquedos do local e falou que pouco  ou quase nenhum cliente tem aparecido mesmo faltando apenas seis dias para a data.

"[Os clientes] ainda não estão vindo. A expectativa é de 40% da população comparecer ao centro comercial. Estamos trabalhando com brinquedo popular para tentar vender. O forte essa data é o atacado, mas os empresários que fazem doação não tão vindo procurar. Mas para falar a verdade o brasileiro deixa tudo pra cima da hora, então quem sabe", afirma ele, dizendo que a crise fez os preços de muitos brinquedos aumentarem entre 50% e 80%.

Segundo a CNC, o ramo de eletroeletrônicos e brinquedos será mais uma vez o destaque das vendas para o Dia das Crianças, respondendo por 31% da projeção (R$ 2,31 bilhões), seguido por vestuário e calçados (R$ 2,21 bilhões), ambos com crescimento real de 28% e 29%, respectivamente, em relação a 2020.

O estado de São Paulo lidera a classificação nacional, com movimentação financeira de R$ 2,68 bilhões estimada para a data. A lista segue com Minas Gerais (R$ 758,5 milhões), Rio Grande do Sul (R$ 687,2 milhões) e Rio de Janeiro (R$ 655,7 milhões).

Os quatro estados deverão responder por 53,4% de todo o dinheiro gasto no Dia da Crianças.

As estimativas projetam as maiores altas em relação ao ano passado nos estados do Espírito Santo (18,3%), Bahia (4,5%) e Paraná (4,4%), onde a recuperação do comércio se mostra mais forte do que nos demais estados.

A esteticista Deise Carvalho está esperando o Círio passar para comprar presentes. Ela tem um filho de sete anos e uma sobrinha de quatro. "Acho que o povo vai comprar sim. Todo mundo quer dar nem que seja uma lembrancinha para não gastar muito. A questão é que cinquenta reais não é nada hoje em dia, né? Pra ser sincera ainda nem pensei no que vou comprar pra eles", disse.

De acordo com economista sênior da CNC, Fabio Bentes, o avanço de 14% em 2021, já descontada a inflação, é atribuído à fraca base comparativa de 2020 sobre 2019, quando a receita das vendas somou R$ 7,35 bilhões.

O economista acredita que, tal como aconteceu a partir de 2017 e observado nos anos anteriores, a tendência é de recuperação das vendas. “De 2017 em diante, as vendas vieram crescendo pouco, mas cresceram, e foram interrompidas por esse ano atípico de 2020 (devido à pandemia da covid-19)”, disse o economista.

“Isso aí é o lastro do otimismo no comércio. Foi assim também nas datas comemorativas pós segunda onda da covid-19. Desde o final da segunda onda, a gente observa um aumento contínuo na movimentação do varejo”

Fabio Bentes preside a CNC e disse que apesar do aumento na circulação de consumidores, o varejo brasileiro terá dificuldades para evitar repasses aos preços para o consumidor diante da inflação de 10,1%, no ano. Os maiores reajustes em 12 meses foram observados nos preços de bicicletas (15,9%), doces (12,3%) e lanches (10,9%), de acordo com a CNC.

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