Preso há quase quatro meses, ex-ministro Anderson Torres deve depor hoje à PF
Depoimento foi marcado no inquérito que apura a atuação da Polícia Rodoviária Federal nas eleições de 2022

Preso desde o dia 14 de janeiro, por suspeita de omissão nos ataques às sedes dos três poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro deste ano, quando era secretário de Segurança do Distrito Federal, Anderson Torres deve depor à Polícia Federal na tarde desta segunda-feira (8). Porém, o depoimento aguardado está relacionado a outro inquérito, que apura a atuação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) nas eleições de 2022. Na época, Torres era ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro (PL).
O novo depoimento dele está previsto para ocorrer no Batalhão de Aviação Operacional da Polícia Militar do DF, onde o ex-ministro está preso. A PF pretendia ouvi-lo no dia 24 de abril, mas a defesa de Terres pediu o adiamento alegando "piora" no estado de saúde do ex-ministro.
Alexandre de Moraes, relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), argumentou que Torres foi "devidamente avaliado por profissional médico, que atestou que as medicações do preso foram ajustadas", e que ele "tem tido acompanhamento médico frequente". O ministro, então, remarcou o depoimento para esta segunda.
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Conforme a decisão de Moraes, o ex-ministro tem "o direito ao silêncio e a garantia de não autoincriminação, se instado a responder a perguntas cujas respostas possam resultar em seu prejuízo".
Suspeitas
Há suspeita de que a Polícia Rodoviária Federal tenha agido para dificultar o acesso de eleitores às urnas, principalmente no Nordeste, nas eleições 2022. De acordo com relatório do Ministério da Justiça entregue à Controladoria Geral da União (CGU), a corporação fiscalizou 2.185 ônibus no Nordeste, onde Lula (PT) era favorito, contra 571 no Sudeste, entre 28 e 30 de outubro, vésperas e dia do segundo turno das eleições de 2022.
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