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Por que Carla Zambelli foi presa? Entenda a condenação e os motivos da prisão na Itália

Deputada federal foi condenada a 10 anos de prisão por invasão hacker ao CNJ e estava foragida na Europa

Hannah Franco

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi presa na Itália nesta terça-feira (29/07), após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por envolvimento na invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A parlamentar estava foragida desde maio e fugiu do Brasil para os Estados Unidos antes de se estabelecer na Itália, onde tem cidadania.

Investigação concluiu que Carla Zambelli teria orquestrado o ataque com o auxílio do hacker Walter Delgatti Neto, que foi condenado no mesmo processo. Entenda o motivo por trás da prisão da deputada federal.

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Qual o motivo da prisão de Zambelli?

A parlamentar foi condenada pelo STF pela invasão hacker ao sistema do CNJ, crime ocorrido em janeiro de 2023. Segundo a Justiça brasileira, Carla Zambelli foi a mentora intelectual do ataque, realizado com a ajuda do hacker Walter Delgatti Neto.

O objetivo da invasão era inserir um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes e manipular dados do Judiciário para prejudicar autoridades. Em julgamento realizado pela Primeira Turma do STF, Zambelli recebeu a pena de 10 anos de prisão em regime fechado, multa de cerca de R$ 2 milhões por danos morais coletivos e a perda do mandato parlamentar.

Walter Delgatti Neto, apontado como executor do ataque, foi condenado a 8 anos e 3 meses de prisão, também em regime fechado.

Por que Zambelli fugiu para a Itália?

Após a condenação, Carla Zambelli deixou o Brasil no dia 25 de maio, cruzando a fronteira pela cidade de Foz do Iguaçu (PR), em direção à Argentina. De lá, seguiu para os Estados Unidos, onde anunciou publicamente, no dia 3 de junho, sua intenção de viajar para a Itália — país do qual possui cidadania.

Inicialmente, a parlamentar alegou que viajou para a Europa para tratamento de saúde. No entanto, em entrevista à CNN Brasil, ela afirmou que estaria “intocável” na Itália e que o ministro Alexandre de Moraes não poderia extraditá-la.

Diante da fuga, Moraes decretou a prisão preventiva de Carla Zambelli em 4 de junho, ressaltando que ela tentava se furtar à aplicação da lei penal por meio da evasão do país.

No mesmo mês, o plenário do STF rejeitou os recursos apresentados pela deputada. A partir disso, o nome de Zambelli passou a constar na lista vermelha da Interpol, tornando-a procurada internacionalmente em 196 países.

Prisão na Itália e os próximos passos da extradição

A prisão da deputada foi executada após a polícia italiana receber o endereço do local onde ela estava em Roma. O deputado italiano Angelo Bonelli informou publicamente o endereço da parlamentar às autoridades locais, facilitando a captura.

Agora, a extradição de Carla Zambelli depende do governo e do sistema judiciário italiano. A expectativa é que, em até 48 horas, haja uma audiência para validar a prisão e definir os próximos passos do processo de extradição.

Esse processo pode levar meses ou até anos para ser concluído, já que depende de trâmites jurídicos internacionais e da análise dos pedidos de defesa.

Após a prisão, Carla Zambelli declarou que deseja ser julgada pela Justiça italiana e que provará que não tem envolvimento no crime que motivou sua condenação no Brasil.

Entenda a invasão hacker ao CNJ

Em janeiro de 2023, o sistema do Conselho Nacional de Justiça foi invadido por hackers que conseguiram acessar dados sigilosos e manipular informações. O caso ganhou grande repercussão por envolver o suposto uso de mandados de prisão falsos contra integrantes do Supremo Tribunal Federal, em especial o ministro Alexandre de Moraes.

Investigação concluiu que Carla Zambelli teria orquestrado o ataque com o auxílio do hacker Walter Delgatti Neto, que foi condenado no mesmo processo.

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