Parlamentares paraenses do Cidadania aprovam federação com o PSDB
Os dois partidos estarão juntos pelos próximos quatro anos no sistema que estreia nas eleições de 2022

O Cidadania aprovou no último final de semana uma federação partidária com o PSDB, após votação em dois turnos.
No primeiro, a aliança com o Podemos acabou sendo derrotada, enquanto que a decisão no segundo turno teve como resultado 56 votos a favor do PSDB e 47 votos a favor da federação com o PDT. Sete abstenções foram registradas no pleito.
Sendo assim, o partido caminhará junto com os tucanos na eleição presidencial, em apoio ao atual governador de São Paulo, João Dória, e formará um bloco unitário nas casas legislativas de todo o Brasil pelos próximos quatro anos.
Bancada paraense
Thiago Araújo é deputado estadual pelo Cidadania no Pará e acredita que, nacionalmente, o partido tem buscado construir um arco de alianças para tentar fortalecer a chamada "terceira via", como ficou denominada uma eventual candidatura a presidência da república que seja tão competitiva quanto o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Por enquanto, nenhum dos postulantes passou de dois dígitos nas pesquisas de intenção de voto.
"Concordo com tal medida e acredito ser importante para a construção da política nacional, mesmo tendo impactos e prejuízos em alguns estados. Temos uma boa relação. Sempre tive bons contatos com o PSDB no Pará, principalmente com o grupo do PSDB Belém, que inclusive indicaram a vice-prefeita na minha chapa de 2020. Precisamos aguardar o que irá acontecer no diálogo dos diretórios nacionais, para avançar no diálogo com o presidente [do partido, Arnaldo] Jordy, e tomar nossas decisões baseadas no compromisso que sempre tivemos com a sociedade", afirma.
Capital paraense
Na Câmara Municipal de Belém, o líder da oposição, Matheus Cavalcante (Cidadania) lembra que por muitos momentos da história da política nacional, o antigo PPS, agora Cidadania, e o PSDB, caminharam juntos nas disputas eleitorais, por terem uma afinidade programática.
"E agora, essa união vem com um objetivo maior que qualquer costura a nível municipal e estadual, que é a a construção de uma terceira via fortalecida, para quebrar a polarização que o país vive. A possibilidade de federação partidária é um processo novo nas eleições brasileiras. Então é difícil de se prever os frutos que vamos colher a longo prazo, desse novo sistema. Mas a expectativa é que possamos combater o fisiologismo e fortalecer os projetos", afirma.
Tucanos felizes
Apesar de ainda não oficializada no Tribunal Superior Eleitoral, o PSDB já celebrou a união em publicação via Twitter. Segundo o comunidade do partido, a federação entre Cidadania e PSDB, "pela qualidade de seus quadros, fará a diferença no Congresso e nas próximas eleições presidenciais [...] com essa decisão, o Cidadania se incorpora formalmente, junto o PSDB, na tentativa de uma construção de convergências ainda maior, com o diálogo em andamento entre MDB e União Brasil, com serviços prestados à democracia brasileira". O MDB e o União Brasil seguem em diálogo para uma eventual federação com o PSDB.
Por enquanto, o senador Alessandro Vieira (Cidadania) ainda não retirou a pré-candidatura à presidência que emergiu após a CPI da covid-19 no Senado. As federações partidárias estreiam nas eleições de 2022 com o objetivo de unir partidos com diretrizes e ideologias similares.
Diferentemente das atuais coligações, porém, as legendas não poderão desmanchar a união após o pleito e devem permanecer alinhadas por quatro anos até que novas eleições ocorram.
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