Pane de aplicativos impactou paraenses que precisam deles para trabalhar
Falha global nos apps do Facebook ocorreu na tarde desta segunda-feira (4)
A pane global dos três principais aplicativos da empresa estadunidense de tecnologia Facebook (a rede social homônima, o Instagram e o Whats App), deixaram diversos paraenses desconectados na tarde desta segunda-feira (4) - ou pelo menos com dificuldade nas comunicações, especialmente de quem usa as redes para trabalhar.
Jobson Machado é analista de comunicação em agência do ramo e usa o Whats App diariamente por considerar a plataforma a mais rápida para troca de mensagens. Além disso, o contato com os clientes é feito pelo Whats App majoritariamente, por escolha deles próprios, já que pouco leem e-mails.
"Eventualmente precisamos conversar com clientes que estão em indústrias interior do Pará, em áreas onde o sinal de telefone é fraco, então o WhatsApp se torna uma ferramenta mais eficaz de contato. [Antes da pandemia] já tínhamos grupos para falar com a equipe, mas agora usamos com muito mais frequência. Com os clientes não mudou muito, eles já eram atendidos majoritariamente a distância, até porque muitos deles são indústrias que ficam fora de Belém, onde é a base da agência onde eu trabalho. Atender a distância evita custo com deslocamento e economiza tempo", afirma.
Ele considera que não usa tanto o Whats App e a redes, mas admite que um sentimento estranho de silêncio no celular invadiu a atmosfera neste começa de semana. Como a maioria dos millennials e centennials, ele prefere o Twitter, a rede social que não caiu durante a pane global do Facebook, que começou 12h30 e durou até 19h, e que foi o refúgio de quem não queria ficar incomunicável ou longe das redes por algumas horas.
"Acho que ainda não deu tempo de sentir falta. A manhã foi normal, já que o meu aplicativo parou de funcionar mais ou menos no horário do almoço. Depois disso, não afetou tanto a rotina, pois temos outras alternativas para nos comunicar, como aplicativos de mensagem e e-mail. Com os clientes, usamos os telefonemas e e-mails com mais frequência e eles foram compreensivos quanto a isso", relata.
Thalita Marques gerencia uma loja de eletrodomésticos no centro de Belém e conta que a segunda-feira dela foi bastante afetada pela pane. Desde abril de 2020, em decorrência do início da pandemia de covid-19, os negócios e pagamentos feitos pela internet se intensificaram muito - e ela admite que virou refém das redes sociais.
"Hoje em dia não dá mais para não usar. No começo achei que meu celular tava ruim e reiniciei. Aí liguei e religuei a internet. Até apaguei e baixei de novo o aplicativo. Hoje, fazemos muita coisa pelo Whats App, como pagamento, confirmação de pagamento via Pix, tiramos dúvidas, oferecemos produtos em listas de transmissão. E tem até a questão do pós-venda também. Tudo pelo Whats App. Mas é isso. Tivemos que voltar ao velho recursos da ligação telefônica", afirma.
Apesar do perrengue que fugiu ao controle dela, Marques até demonstrou certo bom-humor diante da situação. Para a reportagem, aproveitou para refletir um pouco sobre o tempo que perdemos diante das telas azuis dos celulares.
"Vai que foi de propósito depois que eles perceberam que tá todo mundo viciado. Agora sobra um tempo para ler um livro, caminhar na praça, ir visitar um amigo pessoalmente. Não é meu caso né porque tenho que continuar trabalhando aqui", diz rindo.
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